BATGIRL

Mônica e Eduardo já estavam no terceiro chope quando ela pergunta:

- Você acha que a sociedade mudou muito depois que os gregos criaram a “polis”?

- Ahn?

- É, acho que era mais tranquilo quando só tínhamos tribos e comunidades familiares.

- Onde era isso?

Eduardo era meio desligado.

- Na Antiguidade. - Responde Mônica.

- Sério?! Como eles conseguiam?

- Fácil. Era uma sociedade hierárquica. O avô mandava no pai, que mandava no filho, que não mandava em ninguém.

- Isso faz tempo?

- Ah, sim. Foi antes de Cristo.

- Caraca! Achava que ninguém existia antes de Cristo.

- Pelo amor de deus, Eduardo!

- Não, sério! A única “polis” que eu conheço é a “Metrópolis”.

- Ahn?

- É onde morava o Clark Kent. Não lembra?

- Aquele que era jornalista?

- Não deprecia o garoto, Mônica. Ele era o Super-Homem, saca? Planeta Diário, Lois Lane...

- Mais ou menos.

- Não é possível. E do Homem-Aranha?

- Sei. Aquele que nunca bate, só apanha.

- Essa musiquinha denuncia a idade, Mônica...

- Engraçadão!

- Ele era o maior. Eu gostava do Homem-Aranha porque ele não voava e, assim, parecia mais real.

- Como não voava, Eduardo? Ele sempre tava indo de um prédio para o outro.

- Era por causa das teias.

- Rá! Teias?! Era só o que me faltava. Agora dá para entender porque você não sabe o que é a “polis”.

Eduardo chama o garçom e pede mais dois chopes.

- Claro que sei. Inclusive, lembrei de mais uma: “Patópolis”.

- Puta que p...

- Tá vendo? Você é muito impaciente. Eu só estou brincando.

- Também, você só sabe falar de personagens de gibis e baboseiras.

- Você que não entra na brincadeira.

- Certo, Du. É que a única que eu gostava era da Batgirl.

- Nossa! Dessa eu lembro bem. Trabalhava na noite, lá em Campo Largo.

- O QUÊ?!

- Deixa pra lá.

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