O SOL

Cedo levantei e tomei um café de mesa posta de ontem.

Mas voltei pra cama com calor conservado,
Sem nada pensar nem desejar
Só se enrolar no macio do cobertor.
Nem percebi que de novo adormeci.
Só notei, que já meio dia acordei.
 
Sentada à mesa, escrevo. Sinto o sol.
Nada a dizer.
Um silêncio dentro e fora da casa.
Os bichinhos, gatas e cães, quietos.
A Natureza hoje está calada.
Ou estou eu a nada ouvir?
Nenhum som. Uma quietude...
 
O Sol do meio dia bate em mim.
Esta é a voz maior. Nada mais importa, parece ele dizer.
É tão amarelo, bate nas folhas e aí se nota que é verde.
Espalha no gramado e aí se tem noção do seu lindo verde claro de campo de futebol.
Deus!
Na vegetação em que o Sol não bate o verde é tão escuro, quase negro.
O Sol é tão amplo e gritante que nada mais se move ou fala. É que ele é imenso, atinge todos e tudo.
 O Sol é a vida. Ele não deixa a gente pensar, refletir ou desejar.
Ele é total, forte, voraz. Um pai mandão.
Ele é a vida.
A força da sua vontade é esta fala sem som: SOU A VIDA.
É luz e calor.
É a vida.