Retrato do que sinto diante do que vejo.

Há algo muito parecido com a saudade, mas não sei seu nome. Às vezes parece com a água com que faço questão de regar algumas de minhas flores prediletas. Às vezes, é como um vaso: basta levantar a tampa para feder mais, mesmo que a merda já tenha partido. Outras vezes, é como algo que, por um vazio tão imenso, sequer nomear é possível. Por vezes faz-se uma dúvida, indefesa entre a mão do punhado de mágoas e o silêncio a perder-se e esquecer. Geralmente, é na minha carne que faz ninho, e dos sorrisos das fotos que se nutre. Quase nunca deixa um conselho ao ir embora, e sempre se demora para se despedir. Quando se vai, sou eu, ali fora, querendo devolver a chave, e nem sei por que entrar.

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OBS.: esta crônica encontra-se declamada também no Youtube, em: http://www.youtube.com/watch?v=0Lu5hRjEF6g.