NÃO CONSIGO PARAR COM ESSA MANIA !



Voltando de caminhar percebi que havia deixado a chave na porta da garagem pelo lado de fora. Ainda bem que moro em um condomínio muito tranquilo, onde isso não faz diferença.
Lembrei-me de uma amiga, que pra sair de casa olha inúmera vezes, se fechou a porta. Volta sempre pra verificar se os botões do fogão estão desligados. Essa e outras "manias" fazem parte do seu ritual diário.
Soube dias atrás, que esses comportamentos repetitivos estavam aumentando, e incomodando-a muito. Decidiu por consultar um psiquiatra, que fechou o diagnóstico em TOC. Transtorno Obsessivo Compulsivo.
Está medicada, e começou também a fazer terapia.

Quem de nós não tem manias, que atire a primeira pedra.
O que diferencia as manias de cada um, a se sofrer de TOC, é a repetição exagerada de uma determinada ação.
Angústia e ansiedade imensa, envolve a pessoa portadora desse Transtorno, e ela só encontra alívio ao repitir um número enorme de vezes determinado comportamento.

Faz algum tempo que o cantor Roberto Carlos, e a modelo Luciana Vendramini, vieram a público dizer que sofrem de TOC. E contaram a luta que enfrentaram, até que tiveram o diagnóstico da doença.
No filme, "Melhor impossível" o ator Jack Nicholson, vive um personagem que sofre desse transtorno. Ele retrata bem, o que a pessoa sofre quando acometida por essa doença.

Em minha infância, conheci um amigo de meu pai, que sofreu uma vida inteira de TOC, sem nunca ter sido diagnosticado, pois há mais de 40 anos atrás, morando em uma vila do interior, não se pensava, que as "manias" daquele homem, fosse uma doença.
Ele começou, a repetir determinado comportamento: Quando retornava pra casa, voltava da porta da cozinha, para o portão de entrada, pra verificar se o mesmo estava bem fechado.
No começo ninguém se importou, mas o comportamento repetitivo foi aumento, passou a gastar um tempo sem fim, nessa ação, e se tentassem impedí-lo, ele mostrava-se profundamente angustiado e ansioso, e esse sofrimento só diminuia se ele repetisse aquela ação por um número sem fim de vezes.

Reconheci que o pobre homem sofria desse Transtorno, há pouco mais de uma década atrás, quando comecei a estudar as doenças do humor.
E fiquei triste por todo sofrimento que ele passou, ao conviver com a doença, sem ter sido diagnosticado.
Pelas chacotas e apelidos que lhe deram na época, aumentando ainda mais o grau de tortura interior, que ele vivenciava.

Ainda bem que a ciência médica caminhou e hoje trás luz a esse tipo de comportamento, mostrando que é uma doença, e que precisa ser tratada.



Lenapena
Enviado por Lenapena em 19/06/2011
Reeditado em 13/11/2011
Código do texto: T3044335