As aparências enganam

Ela estava muito bem vestida, apesar da vestimenta ser de jóquei. Estava de perfil, o chapéu puxado sobre o rosto, numa das mãos um bastão de jogador de tênis. Essa imagem sugeria uma amazonas jovem, com curvas bem definidas, o que levava a pensar que era o que aparentava. Ela fazia parte de uma página de relacionamentos na internet e buscava um parceiro. Não dizia sua idade, o que parecia não ser preciso para quem julga por vista, pois a foto dizia mais do que um pretensioso busca, principalmente se ele já dobrou o "cabo da esperança". Marcaram um encontro num restaurante. Local bom para agradar os olhos e o paladar, e quiçá o coração ao lado de alguém bem afeiçoado e de bom papo. Ela disse como estaria vestida e ele foi ao encontro. Ela se posicionou de costas para a entrada, de modos que ele não podia ver a sua face, que ela buscava ocultar. Mas, de costas, não era possível pensar diferente da foto. Ela tinha uma silhueta de tipo “mignon” pequeno ou miúdo, os cabelos loiros (pintados) bem parecidos com a cor natural. Ele veio por detrás, e não teve dúvidas de que era a pessoa com a qual havia marcado o encontro para o jantar. E como ele era atirado, foi logo lhe dando um cheiro nos cabelos, ao mesmo tempo em que lhe ofertava o buquê de flores. Até que se deu conta que estava diante da sua própria mãe.