A Cassiano Ricardo
a Cassiano Ricardo
Estava lendo uma "louvação" de um poeta a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Descbri em suas letras as letras que queria que fossem minhas. Seus sentimentos são os meus sentimentos mais sinceros sobre esta cidade. Quem nunca se admirou ao ler um texto que refletisse seus próprios pensamentos? Digo que ao ler esta "louvação", que comemorava o IV centenário da cidade maravilhosa, lia minha própria fala cotidiana.
Li em voz alta, em voz baixa, em voz sussurro, em voz lacrimejante, em voz confessional, em voz saudosista, em voz familiar, em voz fraternal, em voz dircurso, em voz solene, etc.
1965 Cassiano Ricardo louvava a cidade de Tom e Vinícius. Colocava-a como a grande musa inspiradora do amor. 1965 foi o ano que a cidade do jovem cristão flechado comemorava 400 verões. Não foi à toa que alguns cristãos do velho continente chegaram a esta baía em Janeiro. E pensaram aportar nalgum rio. Daí: Rio de Janeiro! Janeiro de 1565 foi o primeiro verão da cidade de São Sebastião. De lá pra cá muitas letras foram construídas. Muitas canções foram cantadas. Muita gente ficou encantada. Muitos poetas lhe cantaram e cantam. Cassiano Ricardo cantou em 1965. Carlos e Manuel também. E sem nenhuma importância, eu também.
Janeiro de 2006! Ressoa a poesia de Cassiano em minha mente. Queria ficar em casa, quieto, mas o Rio não deixa. Queria ser mau, mas o Rio não deixa. O Pão de Açúcar não deixa. A Enseada de Botafogo não deixa. Um jovem pregador que pousou no pico do Corcovado e lá ficou de braços abertos não deixa... A poesia de Cassiano Ricardo ainda ressoa nas entranhas desta cidade.
Rio te amo...