As pitangas da dona Elisa.
No meu tempo de infância uma vizinha tinha uma pitangueira que a criançada vigiava na expectativa de encontrar os frutinhos vermelhos.
Eram de quem os visse primeiro!
Daí a dona Elisa não tinha mais sossego - a criançada batia palmas na sua porta e pedia, pedia, e ela cedia:
Lá vem dona Elisa com as mãos cheinhas de pitangas e o rosto feliz por poder servir a criançada.
Talvez houvesse outras pitangueiras no bairro, mas só as dela a gente queria: vermelhas como as bochechas da criançada que pulava corda e cantava na porta da dona Elisa - balé de gratidão!
As suas pitangas foram as melhores que eu provei, e o seu sorriso o mais bondoso entre todas as tias que a criançada da Alfaia Rodrigues adotou e nunca mais se esqueceu.