Há textos que nos deixam maravilhados - pela sabedoria, pela lucidez com que nos são expostos.
Abaixo, trecho de uma crônica de escritor integrante deste Site, Dr. Celso Panza, que transcrevo, com minha reverência ao escritor por nos transmitir tão sapientes palavras e informações.
http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/3037522
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O “nosce te ipsum” socrático – “conhece-te a ti mesmo”, se a isto se dedica o ser humano e assim persevera, na procura e no encontro das verdades universais, caminho para a prática do bem e da virtude, onde o orgulho e a mentira não têm assento, e a humildade se faz alicerce - proporciona a saída do desconhecimento para o conhecimento, coisa que poucos conseguem, ainda que ao alcance das mãos, por força da pretensão, que traz sombras para ignaros.
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A introspecção é o grande caminho que nos leva ao “conhece-te a ti mesmo”, ou seja, “ torna-te consciente de tua ignorância”, como sendo o ápice da sabedoria, finalidade maior da ciência mediante a virtude, independente do parto de extrair de alguém suas verdades através da maiêutica.
Era a aura do sábio personificada na voz interior divina do gênio ou demônio. De Sócrates, de seus ensinamentos reportados, devemos a seus dois discípulos maiores, Xenofonte e Platão.
Xenofonte, nos trazendo “Anábase, em seus Ditos Memoráveis”, discurso moral da doutrina do mestre.
Platão, filósofo gigante ao extremo para nos reportar real retrato histórico de Sócrates; é difícil distinguir a linha socrática das especulações críticas acrescentadas por ele. Mas foi o historiador do pensamento de Sócrates.
"Conhece-te a ti mesmo" – a máxima em que Sócrates sustenta toda sua jornada da vida de sábio, absorve de forma singular a maiêutica. Sem ter escrito, Sócrates emitiu frases de homem sábio, que se conservaram na memória de todos, inclusive do povo, como:
- Quantas coisas das quais não tenho necessidade! Dizia quando no mercado vendo objetos, nos remetendo à voracidade capitalista e ao consumismo, ou e melhor para todos meditarem, principalmente os políticos:
- A prata e a púrpura são úteis para o teatro, porém inúteis para a vida"
Quantos fazem da vida um teatro e pensam usufruir de prata e púrpura, ou seja, riqueza e poder, quando elas estão na realidade, no nosso interior, no “Conhece-te a ti mesmo”, longe da mentira e da pretensão ignara e cômica, que só o bufão-mentiroso não percebe.
Sob esse aspecto, sociedade capitalista-consumista, é bom que se coloque como quer a filosofia coisas simples, para meditação interrogativa, como: Quando compramos o que não usamos ou precisamos, a demasia ou o supérfluo, estamos comprando necessidade ou desejo?
Quando pensamos ser o que não somos, não há como ser o que precisamos ser para ser pessoa."
"CONHECE-TE A TI MESMO".
Celso Panza
Publicado no Recanto das Letras em 15/06/2011
Código do texto: T3037522
(imagem: Google)