MARCHA COM OU SEM MACONHA, BRASIL MARCHANDO PARA FRENTE OU PARA TRÁS?
Temos visto o ex Presidente Fernando Henrique Cardoso na sua cruzada pela liberação da maconha, será que alguém da importância do sociólogo não tem também outras questões a defender? E agora o Supremo Tribunal Federal (Guardião da Constituição) autorizou as manifestações em prol da liberação da Maconha, dos oito ministros presentes na sessão de quarta-feira (06/2011) aprovaram por unanimidade o voto do relator da matéria, Celso de Mello, que argumentou ser a pretensão do Estado de reprimir a liberdade de expressão nociva e perigosa. “O pensamento há de ser livre, sempre livre, permanentemente livre, essencialmente livre”. No entanto, destacou que as marchas não poderiam se transformar em encontros para o consumo ou apologia de drogas. Ao final, o Ministro Marco Aurélio fez uma brincadeira, dizendo que o voto de Celso de Mello foi “muito bem baseado”, provocando risos no plenário do Supremo.
Seriam então as marchas para que? Para aprovar o uso da Cannabis Sativa na confecção de roupas, para uso medicinal, para exigir incentivos agrícolas da produção maconheira ou a marcha seria contra a Maconha. Quem vai fiscalizar as marchas, a liberação das manifestações públicas em favor de uma droga criminalizada é apologia ao crime?
A Lei do nosso país dispõe a respeito no Código Penal:
Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime:
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
Ora, então que seja modificada a Lei, pois não cabe ao Judiciário legislar como está fazendo quase todo dia, que fazem os deputados e senadores a quem cabe criar as leis?
De outro lado, também por unanimidade, a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a sentença que condenou o cantor Marcelo D2 ao pagamento de 20 salários mínimos por ter exposto seu filho menor de idade à apologia ao uso de drogas durante um festival realizado em 2004. Marcelo D2 foi condenado pela Justiça da Infância e da Juventude por utilizar expressões relacionadas ao consumo de drogas como “bagulho” e “queimando tudo até a última ponta”.
Aqui na Bahia no Carnaval de 2005, o grupo Jammil e Umas Noites foi proibido de cantar uma determinada música porque esta faria apologia as drogas pela alusão a lança-perfume. Aliás, a proibição foi atitude de um amigo Delegado ferrenho combatente das drogas a quem o prestigioso jornal local chamou de vestuto senhor.
Então, marchando para frente ou para trás, com ou sem maconha na cabeça, só resta aguardar o que está por vir, quem sabe a marcha da cocaína, do hachixe, do êxtase, da tubaína ou que tais.
E como a vida imita a arte assim cantava a dupla ufanista ‘’Dom e Ravel’’(alguém se lembra?) na época da ditadura militar e adaptada pelo imaginário popular:
Maconha no Brasil foi liberada, lá, lá ,la’
até o presidente já fumou, lá, lá, lá...