CRÔNICA DE UM ARTISTA

Sim... Sei que sou marcado como gado! Rotulado e carimbado como mercadoria não valorizada em um país onde predomina a “abundancia” por natureza.

Não nego! Em uma sociedade que se julga sociável, viver da arte, ser artista de um modo geral é complicado. Como falam os amigos da literatura marginal:

_“O barato é louco.”

A desistência contamina, caminha conosco lado a lado.

Inúmeras vezes me peguei queimando meus escritos, destruindo meus livros ou amassando meus poemas.

Na revolta de gritar e dar a cara à tapa mostrar a verdadeira crônica a um mundo banalmente igual cheio de teorias e teoremas, aprendi muitas vezes a me silenciar e deixar a vida me levar,pois na roda desse mundo como escritor luto para escrever o meu romance mesmo que tenha que mudar o final inúmeras vezes.

Muitas vezes deixo-me enlouquecer! Perco-me e não me quero achar. Já não sei quem sou, nem para onde vou.

Vejo o fim do túnel,sinto-me vazio.

Completamente perdido.

Que pena!

As cortinas se fecharam,os poemas não serão mais lidos e os livros ficarão empoeirados em uma livraria qualquer.

O sarau dos pensadores terminou!

Silêncio... maldito mantido por aplausos banidos.

A razão que longe se manteve de mim se mistura a risos loucos para não externar a lagrima ou ausência do presente de quem nunca aqui outrora sentira o que sinto quando rabisco em um papel qualquer um mero poema , esqueço teorias de uma sociedade falha de teoremas.

Ah! Se eu pudesse voltar a trás e não ser uma marionete em um mundo de adultos desiguais que esquecem o quanto é bom às vezes voltar a ser criança.

Resolvo levantar-me, recolho meus poemas jogados no chão.

Respiro... Tento voltar a meu mundo de crônicas de um maldito cotidiano. Sim!Voltarei a ser marionete do sistema, deixarei de escrever e sonhar. Mas, olho para o lado, onde vejo uma linha, no horizonte de um mar quieto e pleno.

Uma onda após outra rola s e aventuram sobre a areia.

Avisto outros iguais a mim que me animam a novamente caminhar, escrever e lutar. E numa nova conversa em um mero bar estou novamente rodeado de amigos e da arte a me embriagar e a todos poesias de um mundo louco mostrar.

EDU
Enviado por EDU em 16/06/2011
Código do texto: T3038571
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