Pilantras
Quantos anos teria? Muitos diriam vinte, outros menos, por aí.
O certo é que era bonita. Esbelta, elegante, um pouco magra talvez, mas esta aparente deficiência não a prejudicava. Tomava um cappuccino, tempo frio, bar também elegante.
Nitidamente esperava alguém, olhava no relógio vez por outra, acendeu um cigarro e o seu gesto, ao acender o mesmo, mostrou elegância.
Em pouco tempo, talvez quinze minutos, chegou quem esperava. Jaqueta de couro preta, brilhante e calça cinza. Nem velho nem moço. Talvez uns trinta e cinco anos, por aí. O que conversaram, ninguém aparentemente escutou. Mas pelos gestos era assunto sério, os rostos estavam um pouco contraídos, as mãos incertas. Ele também pediu uma bebida, era uísque sem gelo. Igualmente, acendeu um cigarro e continuaram conversando.
Não havia muita gente no lugar, eram seis horas da tarde, pouco mais, pode ser. Lá fora, o vento frio fazia com que os transeuntes se encolhessem.
Quem ouviu tudo, sem que eles percebessem, foi o garçom. Chantagem, vejam só, a dupla estava falando em tirar o dinheiro de um figurão do mundo dos negócios em bolsa. Espertalhão, na certa. Ou pagava a quantia exigida, ou a vídeo iria parar nas mãos da mulher do extorquido. Foram filmados, fizeram de tudo e mais alguma coisa.
Para um homem de negócios, não importava nada que fossem mostradas as cenas. Mas acontece é que a mulher dele, dona de fortuna por herança, financiava o seu joguinho com o sobe e desce das ações. Ele não poderia perder a galinha dos ovos de ouro.
Foi esta, em parte, a história contada pelo garçom aos policiais que fizeram a ameaça “ou conta ou nós falamos tudo com seu patrão”.
Tudo isto por causa de uma jovem bonita, um pouco magra, talvez, que estava morta, durinha, no assento do motorista de um automóvel também elegante. Serviço de profissional, facada certeira no coração, morte imediata, sem fazer barulho, sem chamar a atenção, enquanto os limpadores de para-brisa continuavam funcionando.
Quantos anos teria? Muitos diriam vinte, outros menos, por aí.
O certo é que era bonita. Esbelta, elegante, um pouco magra talvez, mas esta aparente deficiência não a prejudicava. Tomava um cappuccino, tempo frio, bar também elegante.
Nitidamente esperava alguém, olhava no relógio vez por outra, acendeu um cigarro e o seu gesto, ao acender o mesmo, mostrou elegância.
Em pouco tempo, talvez quinze minutos, chegou quem esperava. Jaqueta de couro preta, brilhante e calça cinza. Nem velho nem moço. Talvez uns trinta e cinco anos, por aí. O que conversaram, ninguém aparentemente escutou. Mas pelos gestos era assunto sério, os rostos estavam um pouco contraídos, as mãos incertas. Ele também pediu uma bebida, era uísque sem gelo. Igualmente, acendeu um cigarro e continuaram conversando.
Não havia muita gente no lugar, eram seis horas da tarde, pouco mais, pode ser. Lá fora, o vento frio fazia com que os transeuntes se encolhessem.
Quem ouviu tudo, sem que eles percebessem, foi o garçom. Chantagem, vejam só, a dupla estava falando em tirar o dinheiro de um figurão do mundo dos negócios em bolsa. Espertalhão, na certa. Ou pagava a quantia exigida, ou a vídeo iria parar nas mãos da mulher do extorquido. Foram filmados, fizeram de tudo e mais alguma coisa.
Para um homem de negócios, não importava nada que fossem mostradas as cenas. Mas acontece é que a mulher dele, dona de fortuna por herança, financiava o seu joguinho com o sobe e desce das ações. Ele não poderia perder a galinha dos ovos de ouro.
Foi esta, em parte, a história contada pelo garçom aos policiais que fizeram a ameaça “ou conta ou nós falamos tudo com seu patrão”.
Tudo isto por causa de uma jovem bonita, um pouco magra, talvez, que estava morta, durinha, no assento do motorista de um automóvel também elegante. Serviço de profissional, facada certeira no coração, morte imediata, sem fazer barulho, sem chamar a atenção, enquanto os limpadores de para-brisa continuavam funcionando.