Amizade não é ideologia
Companheirismo é o mesmo que amizade. Esse
relacionamento está intrinsecamente ligado a algo claro
e sem nenhuma mancha de dúvida. O amigo não é aquele
que cria uma máscara para convencer o outro em ser seu
amigo, ou seja, a amizade não está calcada num
relacionamento onde apenas importa manter uma aparência
para que a farsa continue. A amizade não é farsa. A
farsa é a pior máscara da amizade. Concordar para não
perder o amigo é um pecado mortal. Mas é justamente no
seio da amizade que surge os mais intensos combate das
idéias, das opiniões. É em seu seio que aprimora-se os
valores atemporais e universais. É ainda em seu seio
que conserva-se a mais pura amizade. A amizade não se
cativa com presentes, com discursos, com abraços e
tapinhas nas costas, mas ao contrário, ela é cativada
no dia-a-dia do compartilhamento de verdades. Sim, ser
amigo é compartilhar verdades. Ainda que essas verdades
sejam contrárias, porém necessárias.
Amizade não significa um povo rendido a um discurso
inflamado d´algum ditador qualquer. Se assim fosse
entenderíamos que o povo cubano escuta calmamente os
discursos infindáveis de seu ditador por amor, mas na
verdade ele o faz por medo. Apesar que discurso
inflamado é bem típico de ditadores - veja o nosso
presidente, o nosso modelo de Fidel e Chavez. Amizade
não é um povo que trabalha para manter operante um
sistema que o obriga a agir dessa maneira o ameaçando
de violência caso opte pelo contrário. Quando a única
opção melhor é desempenhar cordeiramente um sistema
tirânico é sinal de que a amizade que existe entre
súditos e governantes se mantem pelo medo. E medo não é
um sentimento fruto da amizade.
É um tremendo paradoxo ver pela midia as várias
manifestações dos "pacifistas" no mundo todo pedindo a
saída dos EUA e Reino Unido do Iraque em nome da paz
mundial. Mas enquanto Saddam Hussein massacrava seu
próprio povo e vizinhos, esses mesmos "pacifistas" e
nem mesmo a midia denunciava as atrocidades desse mais
louco ditador do século XXI.
É irônico ver professores divulgando panfletariamente que a escravização dos negros africanos era algo criado pelo branco europeu. Enquanto que a escravidão já fazia parte há muito tempo da cultura africana. Bem antes do branco chegar a África já havia essa cultura. Mas nossos professores sempre nos ensinaram de maneira maniqueísta - onde o mundo é dividido em dois pólos: o bem e o mal - o mal sendo representado pelo branco e o bem pelo negro. Mas nos omitiram que os próprios negros africanos que
comercializavam seu próprio povo. O interessante era
que quando o negro conseguia liberdade na Terra dos
Papagaios, a primeira coisa que ele fazia era comprar
seu negro para ser seu escravo. Chica da Silva foi uma.
Difícil uma tribo africana não ter seus escravos. Mas
nossos brilhantes professores tupiniquins embriagados
pela ideologia da esquerda mundial socialista só
conseguiam e conseguem enxergar o mundo através dessa
ideologia dominante. Ideologia não é verdade. E os
negros nunca foram amigos dos negros. Mas,
paradoxalmente, foram os capitalistas selvagens que
deram cabo a um sistema degenerador e diabólico. Foram
esses demônios loucos por dinheiro, por lucro - que a
velha raposa oportunista Marx odiava - trouxeram
liberdade aos negros escravos do Brasil. Ouvir os
reclames de tolos acadêmicos ao capitalismo é no mínimo
irônico. Gostaria de saber na prática qual foi o legado
deixado pelos socialistas ao mundo? Pela esquerda
mundial que se aproveita dos intelectuóides
brasileiros? Que chamam de sabedoria o que na verdade é
apenas ideologia. Bem, mas esperemos que os maldosos
capitalistas consertem os danos causados pela esquerda
mundial socialista.
Mas fica a sentença do poeta: "Em geral, não se pedem companheiros, mas cúmplices. E este é o risco da convivência ideológica" Carlos Drummond de Andrade