Presente especial e significativo (parte 1)

No dia 28 de maio, quando estive em Rio Preto, ganhei um presente da minha mãe. Foi um presente muito especial e creio que significativo. Um livro! Ela sabe que eu adoro livros! Já ganhei livros de outras pessoas que ouviram a sugestão dela de presente pra mim. E adorei, todos eles!

Eu já havia ganhado outros livros dela, mas eram livros que ela também havia ganhado e me ofereceu. Este foi o primeiro livro novo que ela comprou especialmente para mim. Comprou pela internet, no site da submarino; imagino a sua emoção em conseguir tal feito.

Recebi o presente num lindo embrulho azul amarrado com uma fita prata. O livro ainda estava envolto pela embalagem plástica. Abri, folheei, demonstrei minha super alegria em ganhá-lo de uma pessoa que eu amo tanto. Imediatamente entreguei-lhe de volta para que escrevesse a dedicatória.

Um presente recebido numa data que não seja comemorável é ainda mais especial. Porque muitas vezes “compramos presente por ocasião” do aniversário, da festa, do dia específico, e não necessariamente pelo amor que sentimos pela pessoa presenteada. Comprar um presente “fora de época” e entregá-lo de forma tão carinhosa foi mesmo marcante.

Na segunda-feira, dia em que eu voltaria para Catalão, antes de sair para trabalhar, ela foi no quarto se despedir de mim. Pegou na minha mão e disse que o livro estava com a dedicatória. Disse também: “a minha vida e a sua precisam de duas horas de Daimoku diárias”.

Logo levantei e li na contracapa: “Com todo o meu carinho e amor, uma lembrança para a pessoa que tanto amo.” Numa mesma frase, ela enfatizou duas vezes o seu “amor” por mim. Fiquei relendo várias vezes, sentindo esse carinho todo.

A minha mãe sempre foi a pessoa a que mais amei nesta vida e a que mais senti que me ama. Entretanto, sei que por mais forte que seja o amor a uma pessoa, em algumas situações, ainda que não propositais, o sentimento se abala. Mas com o passar do tempo, o verdadeiro sentimento prevalece. E no meu caso, apesar dos pesares, sinto que minha mãe me ama muito.

Tenho muitos livros com a leitura interrompida. Muitos mesmo. Tenho uma parte da estante específica para os próximos livros a serem lidos. Algum dia vou terminá-los todos. Preferi passar esse que ganhei na frente da fila, porque fiquei curioso para saber qual a mensagem subliminar que minha mãe quis me transmitir. Algo que eu preciso muito saber. E sinto muito fortemente que há sim algo. Ela, que gosta das coisas muito explícitas, soube instigar minha curiosidade com uma mensagem implícita.

Estou em meio à leitura. A história é bem interessante, instigante, ainda mais para quem lê com olhos duplamente ávidos – pelo desfecho da história e para saciar a curiosidade do enigma do presente. Leio como se tivesse ouvindo minha mãe narrar o enredo, como ela fazia antigamente.

(Catalão, 04/06/2011)

Hélio Fuchigami
Enviado por Hélio Fuchigami em 14/06/2011
Reeditado em 29/09/2011
Código do texto: T3034801
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