Bom senso é bom.

Contagiado por um espírito divertido e alegre venho colocar escrito uma idéia que defendo há tempos.

É sabido de toda a raça humana que os humanos são os únicos animais que não conseguem crescer sozinhos. E é de extremo conhecimento humano que eu não aturo por mais de duas horas uma criança no mesmo ambiente que o meu. Então vamos ao texto...

Coloque uma girafa bebê no mundo e verás que ela se sustenta em menos de algumas horas, começa a correr e comer por conta própria em no máximo dois dias. E isso se aplica a todos animais existentes no planeta. Um pouco menos na parte dos macacos, pois eles têm uma séria disritmia e acabam confundido amoras com passas uvas industrializadas, mas mesmo assim a coisa ainda flui bem melhor com eles.

Agora vejamos um ser humano. Ele nasce pateticamente fraco, sem enxergar, sem poder falar direito e chorando que nem uma matraca na mão de uma criança (essa um pouco mais velha), isso porque o médico se encarrega de começar os complexos mais íntimos do ser humano aplicando uma pomposa palmadela na bundinha lisa do recém chegado. São necessários pelo menos oito anos para que uma criança saiba atravessar uma rua, essa deficiência se dá pela noção espacial e temporal que o cérebro demora a calibrar. Coisa que um vira lata qualquer faz muito bem com algumas semanas de vida.

Além disso, nós, os seres humanos, tivemos que nos agrupar em cidades para conseguirmos sobreviver aos perigos da natureza. E esse agrupamento em cidades nos trás dificuldades de adaptação. Temos que ensinar aos nossos filhos a falar, se comportar de acordo com as normas, temos que mostrar que mesmo fazendo merda eles vão se sair bem e não é nenhum demérito tentar e errar. Enfim temos que ensinar tudo para eles.

Outra coisa inexplicável é a capacidade que a criança tem para atrair o perigo. Se uma tomada elétrica, se um pano contendo uma panela com água quente em cima, se um forno pelando demais, se um banquinho seguido de um sofá seguido de uma janela, se existir qualquer situação de risco a criança vai estar lá para querer se machucar. O mais terrível de todos os perigos é o famoso ventilador giratório de pezinhos. Aqueles que são facilmente alcançáveis. E não pense que uma criança de 3 anos é incapaz de meter a mão em um ventilador de teto, ela vai descobrir um jeito de fazê-lo.

O pior é que ao crescer apenas 12 anos essas criaturinhas já vão achando que sabem tudo e tendem a querer viver sozinhas. Doce ilusão delas. Mal começaram os perrengues da vida e elas já entusiasmadas com as possibilidades existentes. Por mais espetacularmente que se viva. Por mais intensamente que se viva, uma pessoa de 20 anos não será igual a uma de 30 que viveu no ócio absoluto.

A experiência conta muita coisa para a vida. E as doces fanfarronas com menos de quinze primaveras já se acham as experimentadas. Querendo comprar, trocar, viajar, sair, beijar, transar. E os pais que arrancam os cabelos para tentar dizer que tudo tem seu tempo. Para facilitar a vida dos pais as mídias se encarregam de saturar os infantes com vontades mirabolantes. E a vida segue seu rumo inexorável.

Um fato que conta muito para a defesa da minha visão, (a que diz que ter um filho é uma das mais idiotas ações da atualidade) é a super população da Terra no momento atual. Mais de dois bilhões de habitantes terráqueos sofrem do descaso e da falta de condições para viver. Há de ser muito egoísta e muito cara de pau para se colocar mais alguém no mundo.

Enquanto gastamos energia, dinheiro e disposição colocando mais uma pessoinha que demorará uma década para começar a viver de verdade, seria muito mais fácil adotar ou ajudar a outras famílias com o dinheiro que seria investido no novo pimpolho.

As desculpas; “ter um filho é mágico, é algo que você cria, você desenvolve”; “não imagino cuidando de alguém que não veio de dentro de mim”; “só quem gerou um filho e cuidou dele por nove meses até nascer sabe como é”; “é lindo! Ti cuti cuti!” não são de jeito algum aceitáveis e só trabalham com a vontade e o egocentrismo do ser humano.

Gostaria que a maioria das pessoas se conscientizasse que há bilhões, BILHÕES, B I L H Õ E S de pessoas morrendo ao redor do mundo enquanto em nossas metrópoles esquecemos desse pequeno detalhe massivo de nossa realidade. Dar amor e carinho somente a alguém que nos é ligado de forma sanguínea é um absurdo da razão. Já que o amor deve refletir em todos os habitantes dessa Terra. Ou pelo menos seria a atitude mais lógica.

leandroDiniz
Enviado por leandroDiniz em 02/07/2005
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