Palavras Soltas
Há certas palavras que ficam rodopiando em nossas mentes.
No meu caso, são palavras que me causam deslumbramento e é bem possível que sejam ecos de tempos distantes...
Assim, para dar um pequeno exemplo ao leitor, apresento certas palavras que volta e meia me aparecem, mesmo em momentos que não deveriam surgir. Mas surgem! Shangri-la é uma delas. Mil e uma noites é outra. E até palavras que nunca vi mencionadas, como a palavra Shamba, que considero genuinamente invenção minha.
Resolvido a finalmente dar uma interpretação a essas palavras rodopiantes, me detive, inicialmente, em “mil e uma noites”. Logo fiz a conexão com Xerazade, a esposa do rei Xariar.
Este rei, louco por ter sido traído por sua mulher, desposava uma noiva diferente todas as noites , matando-as ao amanhecer. Xerazade ,para escapar da morte certa, começa a contar histórias maravilhosas para o rei, sempre interrompendo a narrativa, para continuar na noite seguinte. Despertando a curiosidade do rei, manteve-se viva por vários dias. O rei acabou por se arrepender de seu comportamento e jamais matou a nossa inteligente Xerazade. Mas e as outras palavras, poderiam fazer parte desse quebra- cabeça?
Qualquer sábio da antiguidade, penso, decifraria este meu pequeno enigma. Diria, imediatamente, que Xariar representaria o destino, a vida ou o mundo.
Shangri-la, logicamente, o paraíso perdido.
Xerazade seria a humanidade procurando o eterno e para fugir da morte certa inventa uma história para o drama da vida. Para não morrer, divide essa história em capítulos, como um novelo sem fim.
Shamba seria a música das palavras, encantando os ouvintes e, secretamente, procurando atrair com sua melodia o Deus escondido lá no infinito.
É isto, então?
Prepare-se, amigo leitor, para o próximo capítulo...