Crônica na hora do rush
A velha senta no banco. A mulher roda a catraca e salta suas deveras sacolas. As crianças e jovens ao voltar da escola com suas mochilas e gritos passam pela catraca. Há aqueles que ficam na frente esperando para passar pela..catraca. Uns cochicham sobre o trabalho que anda um fardo, outros sobre o que iram fazer no final de semana. Uns ouvem música com fone de ouvido, outros chegam com auto-falantes ligados assustando quem não gosta da música. Vozes baixas, vozes altas vozes..murmuros. A criança que chora com fome e com frio, a mãe que olha para ela e a manda calar. São pessoas sorrido alto ou gritando para disfarçar a dor que talvez sintam. São olhos amargurados, sorrisos falsos e felicidade com ‘sacolas’. São sacolas de loja, de supermercado, de peças automobilísticas, não importa, são muitas sacolas. A mulher mais rechonchuda que não passa na catraca, teu rosto se estremesse em fúria e tristeza. São pessoas, animais bichos pensantes, bichos hipócritas bichos humanos..bichos que sentem que falam e que grunhem. São pessoas andando de transporte coletivo, são pessoas vivendo suas vidas.