QUE TEMPO ANTIGO!

Michela Roc, Susanne Loret, Laura Antonelli, Paola Pitt, Claudia Rivelli, Sandro Moretti, Jean Mary Carletto, Luciano Francioli, Franco Gasparri, Franco Dani... Quem lembra desses nomes? Pois eu, rebuscando na Internet, dei de cara, ou melhor de olhos, com essas figuras inesquecíveis da minha adolescência.

Numa época em que televisão era luxo e as revistas, jornais e fotografias eram em preto e branco, eles faziam furor entre as mocinhas e representavam o prazer das coisas proibidas para menores de 18 anos. Pois é, naqueles tempos, antes dos 18 não se podia ler histórias de amor à luz do dia. Era na calada da noite ou burlando o controle dos pais e educadores que as jovens se deliciavam com um beijo, que hoje seria classificado de angelical, entre Michela Roc e Jean Mary Carletto, lindo par romântico da Revista Grande Hotel. Quem, hoje, com mais de 50 anos, não comprou ou emprestou uma revista "Capricho"? A gente se contentava com o preto e branco, até o dia em que a "Sétimo Céu" inaugurou as fotonovelas coloridas. Foi a glória!

A fotonovela, que fez furor nas décadas de 50, 60 e 70, surgiu na Itália como alternativa de certos enredos de filmes e é considerada um sub-gênero da literatura que conjuga texto verbal e fotografia. Foi um produto de massas tipicamente latino que transmitia conceitos morais e sociais, de acordo com a ideologia dominante e seu público era majoritariamente feminino. E acabou dando certo para uma geração marcada pelo "selo" da censura sexual. Se olharmos hoje, eram enredos tão inocentes que falar em "sexual" soa piegas. Eram apenas historietas de amor a embalar sonhos e seu sucesso entre as jovens se deve, em grande parte, ao seu emblema de coisa proibida.

Para concluir, vejam o que eu encontrei:

* Trechos do artigo de Aramis Millarch, originalmente publicado em 10/02/1974, pelo "Estado do Paraná", página 4:

"Representando o segundo grupo de revistas em tiragem e circulação, as fotonovelas merecem o primeiro estudo de nível acadêmico publicado no Brasil... A baiana Angeluccia Bernardes Habert, como tese de doutoramento no Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo, pesquisou entre 1967/71, o fértil campo das FN, resultando um 'estudo de uma forma de literatura sentimental fabricada para milhões'... As revistas de fotonovela só são superadas em venda pelas revistas de quadrinhos infantis. 'Capricho' da Editora Abril, a mais vendida (média quinzenal de 211.400 exemplares) só perde para 'Pato Donald', 'Mickey' e 'Tio Patinhas' (cada uma com uma média periódica aproximada de 400 mil exemplares)..."

Giustina
Enviado por Giustina em 13/06/2011
Reeditado em 21/07/2014
Código do texto: T3031634
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