INTROMETIDOS NA VIDA ALHEIA
Cena 1: DEIXE OS HOMENS AOS SEUS PÉS – Como se tornar uma mulher poderosa e irresistível. Autora: Marie Forleo;
Cena 2: PORQUE OS HOMENS AMAM MAIS AS MULHERES PODEROSAS – Um guia para você deixar de ser boazinha e se tornar irresistível. Autora: Sherry Argon;
Cena 3: O QUE TODA MULHER INTELIGENTE DEVE SABER – Como lidar com os homens com sabedoria e conseguir o amor que você merece. Autores: Steven Carter e Julia Sokol;
Cena 4: COMO LEVAR UM HOMEM À LOUCURA NA CAMA – Um verdadeiro manual de dicas sobre o prazer masculino. Autor: Mauricio Sita. (Este vem com a seguinte informação na capa: Best seller – Milhares de livros vendidos).
Já deu para perceber que as quatro citações acima são de livros escritos especialmente para as mulheres. Tive a paciência de ficar parado em frente à vitrine da livraria anotando tais dados, para agora escrever este texto.
Pois bem, dito isto, e ainda surpreso com o grande número de bobagens literárias expostas pela famosa livraria, acrescento que considero impressionante a quantidade de gente que tenta guiar a vida das pessoas ao escrever esses livros de auto-ajuda, abordando temas que deveriam ser exclusivamente pessoais.
De algum tempo para cá, o mercado editorial vem sendo cada vez mais invadido por esse tipo de “literatura”. E pode conferir em qualquer lista do ramo: apesar de muito criticados, você sempre vai encontrar pelo menos dois ou três deles entre os mais vendidos. Pois é, tem muita gente que compra essas coisas. A tchurma do BBB-11, por exemplo, ficou fascinada pelo livrinho da cena 1. Por aí se vê o nível de tais publicações.
Os assuntos são bem heterogêneos: como ficar rico rapidamente, como encontrar um namorado milionário, bonito e inteligente (existe?), como ser uma boa sogra ou uma boa nora, até chegar nesse aí da cena 4 citada acima. A quantidade de títulos absurdos me espanta, mas a questão é: consegue-se aplicar algo do que eles sugerem? E as sugestões resolvem alguma coisa?
Certa vez li uma crônica sobre o assunto que citava a seguinte recomendação feita aos tímidos por um desses tais livros: “beba uma dose de sua bebida preferida, relaxe e obrigue-se a sair sozinho na noite”. Ora, qual a pessoa tímida que consegue fazer algo assim? O máximo que talvez consiga seja ficar bêbada de tantas doses, sem conseguir criar coragem para sair sozinha.
Infelizmente, hoje em dia, estamos tão acostumados a ser guiados pela mídia que tenta nos modificar para agradar a um ou a outro, que podemos cair facilmente na armadilha de comprometer nossos princípios, apenas para seguir algum “conselho” que nos prometa um milagre mais à frente. Nesse aspecto, milagre não existe, o que existe é o bem-estar decorrente de sentir-se confortável consigo mesmo.
No caso específico destes quatro livros, honestamente, acho uma ofensa à mulher. Desde quando alguém precisa das “lições” pretensamente neles oferecidas? Não tive a curiosidade de entrar na livraria para folhear algum, mas entendo que esses “autores caça-níqueis” veem a mulher como um ser sem vida própria, uma ameba. Só pode ser isso, pois não encontro outra explicação.
No meu modo de ver, a leitura desse tipo de livro pode se transformar em uma grande frustração para quem o lê ou, pior ainda, fazer com que aquilo que já era ruim fique definitivamente arruinado.
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Cena 1: DEIXE OS HOMENS AOS SEUS PÉS – Como se tornar uma mulher poderosa e irresistível. Autora: Marie Forleo;
Cena 2: PORQUE OS HOMENS AMAM MAIS AS MULHERES PODEROSAS – Um guia para você deixar de ser boazinha e se tornar irresistível. Autora: Sherry Argon;
Cena 3: O QUE TODA MULHER INTELIGENTE DEVE SABER – Como lidar com os homens com sabedoria e conseguir o amor que você merece. Autores: Steven Carter e Julia Sokol;
Cena 4: COMO LEVAR UM HOMEM À LOUCURA NA CAMA – Um verdadeiro manual de dicas sobre o prazer masculino. Autor: Mauricio Sita. (Este vem com a seguinte informação na capa: Best seller – Milhares de livros vendidos).
Já deu para perceber que as quatro citações acima são de livros escritos especialmente para as mulheres. Tive a paciência de ficar parado em frente à vitrine da livraria anotando tais dados, para agora escrever este texto.
Pois bem, dito isto, e ainda surpreso com o grande número de bobagens literárias expostas pela famosa livraria, acrescento que considero impressionante a quantidade de gente que tenta guiar a vida das pessoas ao escrever esses livros de auto-ajuda, abordando temas que deveriam ser exclusivamente pessoais.
De algum tempo para cá, o mercado editorial vem sendo cada vez mais invadido por esse tipo de “literatura”. E pode conferir em qualquer lista do ramo: apesar de muito criticados, você sempre vai encontrar pelo menos dois ou três deles entre os mais vendidos. Pois é, tem muita gente que compra essas coisas. A tchurma do BBB-11, por exemplo, ficou fascinada pelo livrinho da cena 1. Por aí se vê o nível de tais publicações.
Os assuntos são bem heterogêneos: como ficar rico rapidamente, como encontrar um namorado milionário, bonito e inteligente (existe?), como ser uma boa sogra ou uma boa nora, até chegar nesse aí da cena 4 citada acima. A quantidade de títulos absurdos me espanta, mas a questão é: consegue-se aplicar algo do que eles sugerem? E as sugestões resolvem alguma coisa?
Certa vez li uma crônica sobre o assunto que citava a seguinte recomendação feita aos tímidos por um desses tais livros: “beba uma dose de sua bebida preferida, relaxe e obrigue-se a sair sozinho na noite”. Ora, qual a pessoa tímida que consegue fazer algo assim? O máximo que talvez consiga seja ficar bêbada de tantas doses, sem conseguir criar coragem para sair sozinha.
Infelizmente, hoje em dia, estamos tão acostumados a ser guiados pela mídia que tenta nos modificar para agradar a um ou a outro, que podemos cair facilmente na armadilha de comprometer nossos princípios, apenas para seguir algum “conselho” que nos prometa um milagre mais à frente. Nesse aspecto, milagre não existe, o que existe é o bem-estar decorrente de sentir-se confortável consigo mesmo.
No caso específico destes quatro livros, honestamente, acho uma ofensa à mulher. Desde quando alguém precisa das “lições” pretensamente neles oferecidas? Não tive a curiosidade de entrar na livraria para folhear algum, mas entendo que esses “autores caça-níqueis” veem a mulher como um ser sem vida própria, uma ameba. Só pode ser isso, pois não encontro outra explicação.
No meu modo de ver, a leitura desse tipo de livro pode se transformar em uma grande frustração para quem o lê ou, pior ainda, fazer com que aquilo que já era ruim fique definitivamente arruinado.
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