Santo Antônio e a Exclusão
O mês de junho é envolvido embalado por inúmeras celebrações. Recordamos São Pedro e São Paulo (dia29), São João Batista (dia 24) e também nosso glorioso Santo Antônio de Pádua e de Lisboa (dia13). É um tempo propício para reunir a família, os amigos e, em torno às calorosas fogueiras, alimentarmos os laços da familiaridade e aquecer nossas amizades por meio de nossos santos festeiros.
Ao falarmos de São Pedro, pensamos logo no “dono da chave do céu”; em São João, aquele que preparou a chegada de Jesus e o batizou em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; e com Santo Antônio não é diferente. De imediato imaginamos o perfil do santo casamenteiro; nesses dias as “solteironas”, vão pedir a ajuda do santo arranjador de casório; é bilhete debaixo da imagem, o santo é colocado de cabeça para baixo, fica sem seu Menino Jesus nos braços, até arranjar para as senhoritas um bom pretendente; lembramos também do santo que nos auxilia na procura dos objetos perdidos. E não podemos deixar de recordar Santo Antônio, como amigo e protetor dos pobres.
Percebemos a presença do santo no meio de diferentes realidades sociais. A todos o Bom Santo ajuda. Mas, ajuda principalmente aos pobres, aos pequeninos... Ele se faz perceber frente a tanta injustiça social e exclusão.
Excluídos, pobres, injustiçados... Houveram desde os tempos antes de Jesus e, se pararmos para analisar, percebemos que imagens de pessoas sofridas em épocas passadas, também existem hoje e, de um aspecto muito mais degradante e desumano. Não os percebemos porque estamos com os olhos vendados à degradação do ser humano, ouvidos tapados pelo preconceito e boca temente às consequências.
Em meio a todo esse contexto gerador de desigualdade e exclusões, é Santo Antônio, aquele que com audácia eleva sua voz contra o aguilhão fatal. Tem o dom mais eloquente e precioso da oratória e a usa para defender, proteger e dar de comer aos pequeninos. É ele quem partilha com os esquecidos de nosso tempo o pão da igualdade, da solidariedade e da alegria. É ele o grande advogado dos pobres e dos excluídos. Não é em vão que cultivamos em nossa fé a devoção dos pães bentos do Santo. É ele o grande cumpridor da Palavra de Deus: “Tudo o que fizerdes ao menor de meus irmãos, é a mim que o fazeis” (Mt 25,40). É Santo Antônio aquele que veste, alimenta, dá de beber, defende e visita o Cristo, que, no cativeiro da exclusão, sofre nos pobres, com os pobres e pelos pobres.
Com certeza, todos os que o ajudam nessa tarefa de amor, tem a oportunidade de partilhar e comungar da vida do Cristo que chora com os irmãos. O próprio Santo nos diz: “Quem partilha, partilha a vida e aposta na sobrevida”.
Inspirados pelos propósitos de Santo Antônio, procuremos suprir as desgraças de nossos irmãos, por menor que seja o que possuímos. Se assim fizermos, a alegria que vem do Alto trasbordará em nós e em nossos irmãos.
Rogai por nós, ó Glorioso Santo Antônio!
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo!