De costas para a nostalgia.

O tempo está como meu coração: Descompassado. Quando me vejo, já estou no sábado e tudo que eu planejei pra ele escorrega, porque ainda não estava preparada. Quando reparo, já faz meses que eu não vejo certas pessoas. Isso não é culpa nossa, nem do tempo, é culpa da nossa idade, talvez. Estamos na melhor fase e ela voa. E eu quero apenas me segurar nela, pra dizer que ela valeu bem a pena, não é querer demais.

Eu não quero me esquecer de você, mas também não posso ficar presa nessa nostalgia. Quando esquecer a sua voz, seus gestos e a sua face, serei inconscientemente mais feliz.

“O que são essas cicatrizes?”

É excesso de amor.

“Mas amor não causa cicatriz!”

É que na época, eu não sabia amar.

“E você sabe amar agora?”

Não, e prefiro continuar assim.

-“Você vai olhar pra essa cicatriz e sentir o quê?”

O que eu sentirei será sempre diferente, porque até as cicatrizes que esse amor deixou eu amo. E amor é assim, é a mistura de sentimentos e emoções. Pelo menos eu acho, tanto faz.

“Você não se acha muito nova pra tudo isso?” Eu me acho muito nova pra muitas coisas, me sinto inofensiva e consequentemente insegura. Ainda não sei cuidar direitinho da minha pessoa, isso torna tudo bem novo.

“E todas essas lembranças?”

Essas lembranças eu ainda tô procurando algum lugar perfeito pra guardar.

"Como assim? Você não quer mais elas?"

Não, apenas não quero mais que elas influenciem no meu hoje.

Assunto encerrado?

Ak
Enviado por Ak em 10/06/2011
Reeditado em 09/12/2019
Código do texto: T3027151
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