Caro Senhor Senador Demóstenes Torres
Achei mesmo uma beleza essa sua entrevista na Veja de 08.06.11. O senhor fala ali umas coisas que muitos de nós brasileiros gostaríamos de dizer. Quando o senhor diz que “no fim das contas, o Congresso se comporta bovinamente”, o senhor é de uma felicidade incrível em sua expressão. O senhor não foi grosseiro; foi é bem educado, mas é que as coisas vão mal mesmo. Falando que o “o governo perdeu o pudor de editar MPs absurdamente inconstitucionais”, teria jeito melhor de falar a mesma coisa? Não teria.
Gostei muito quando, a respeito da oposição, o senhor falou que “os parlamentares querem migrar para o governo a qualquer custo”. Olhe, ‘seu’ Demóstenes, continue colocando o dedo nessas feridas, pra ver se põe pra fora toda a podridão que está comendo o nosso país pelas entranhas e pelas beiradas; continue indo às entrevistas.
Quem ainda não viu o senhor falando pode ir ao Youtube; está cheio de suas falas aquilo lá. Vá ao Twitter para o senhor ver a repercussão do que o senhor disse nas páginas amarelas da Veja (é lógico que eu sei que o senhor já viu; o senhor é antenado; eu falo para aguçar a curiosidade dos internautas que ainda não tiveram a oportunidade de ver o senhor). A moçada está acompanhando; estão comentando nas redes sociais, e eu fico bem contente com a imprensa falada e escrita cumprindo o seu papel.
Eu queria falar bem sério com o senhor e ir fundo na análise; o que estou fazendo vai ficar assim bem superficial, mas é que a gente viaja amanhã, as coisas ainda não estão prontas, e as malas ainda não estão no corredor. Consertei umas roupas, administrei aqui em casa alguns serviços e queria ter escrito ontem ao senhor, mas não deu tempo, e olhe que fui dormir tarde, hein? Mas é isso, vou correr com o serviço, e o senhor cuide do país pra gente. Mas o senhor se cuide com sua segurança; proteja os seus dentes; o senhor sabe muito bem que eles costumam quebrar os dentes, arrebentar com a boca do sujeito que tem a coragem como a sua. Mas, por favor, não deixe de falar o que o senhor vê; o povo tem que saber; a gente tem que acreditar em alguém nesse país. Vou prestar muita atenção nesse seu partido e nas pessoas em quem o senhor diz que confia, o senhor entende? Porque o povo aqui embaixo tem dificuldade de perceber direito_ a não ser que alguém mostre_ o que não vai bem e as pessoas que não têm caráter e vergonha na cara, coisas que o senhor parece que tem, sim, senhor.
Até logo, ‘seu ‘Demóstenes. Quando eu voltar, a gente conversa mais.