POESIA.TALENTO. NADA IGUAL.

QUANDO HÁ TALENTO ,O QUE É RARO,NÃO HÁ ESPAÇO ONDE CAIBA.

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ALMA DA TORRE SONHA …A ALMA DA TORRE

PENSA, ALONGANDO O OLHAR PELO DECLIVE,

NA ALEGRIA SERENA DE QUEM MORRE,

NA TRISTEZA EXAUSTIVA DE QUEM VIVE.

PENSA E ENQUANTO DO CÉU, NEGRA SE ESCOMBRA

A NOITE COMO DE UM DESPENHADEIRO,

A SUA SOMBRA DEIXA DE SER SOMBRA

E TODA SE ABRE EM LUZ COMO UM CRUZEIRO.

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ALHEIO, INDIFERENTE,

VAGO PERAMBULANDO PELA RUA

COM OS OLHOS A SEGUIR MAQUINALMENTE

A MÁSCARA ROMÂNTICA DA LUA.

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O OUTONO É A ÚLTIMA NOTA AGONIZANTE

DE UM VELHO ÓRGÃO PLANGENDO, EMOCIONAL,

NO CORAÇÃO BRUXULEANTE

DE ALGUMA VELHA CATEDRAL.

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TUA VELHICE É UM SÍMBOLO SAGRADO

QUE UMA FILOSOFIA HUMANA ENCERRA:

MORRES, TENDO O CONSOLO DA HAVER DADO

SOMBRA AO CHÃO, FLOR AO CÉU, RAIZ À TERRA.

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VENCEDOR OU VENCIDO, A GLÓRIA PASSA…

A GLÓRIA É SEMPRE EFÊMERA E BANAL.

CANTA O AMOR, GLÓRIA ETERNA, ETERNA AMEAÇA,

FONTE DO BEM QUE É SEMPRE MAL.

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EU SOU A MELANCÓLICA SEMENTE

DA ÁRVORE QUE DÁ FLOR NO CORAÇÃO.

E SECOU, SILENCIOSAMENTE, DE REPENTE,

COMO UM BEIJO DE LUZ, NA MINHA MÃO.

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AINDA MOLHADA DE ORVALHO,

NO ABANDONO CAUSAS DÓ,

ONTEM TÃO VERDE NO GALHO!

HOJE AMARELA NO PÓ.

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O SILÊNCIO DAS COISAS ME COMOVE;

SINTO-O, PRINCIPALMENTE QUANDO CHOVE.

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QUE SAUDADE DE TUDO QUE AMA E EXISTE!

COMO ME ENCANTA A NATUREZA TRISTE!

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OLHO ATRAVÉS DOS VIDROS DA JANELA :

A PAISAGEM DESFAZ-SE EM FOLHAS AMARELAS…

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SOMENTE A ÁGUA QUE VEM DA MONTANHA, SONORA,

CANTA TÃO TRISTE QUE NÃO CANTA, CHORA.

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PASSA CANTANDO E NINGUÉM SABE, ÁGUA ERRADIA,

SE TEU CANTO E DE DOR OU DE ALEGRIA.

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BENDITO O SOL QUE NO ALTO CÉU FLAMEJA

E DESCE EM FOGO PELAS SERRANIAS…

O SOL É UM VELHO SÁTIRO QUE BEIJA

SOFREGAMENTE AS ÁRVORES ESGUIAS.

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FOLHA! CAÍSTE AO MEU LADO,

LÁGRIMA VERDE DOS RAMOS

ÉS A CINZA DO PASSADO,

DE TUDO QUE NÓS AMAMOS.

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AO BATER DO ÚLTIMO SINO,

POR UMA TARDE SEM FIM,

ROLASTE COM MEU DESTINO,

LEVANDO UM POUCO DE MIM.

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O SÉCULO É GRANDE…….NO ESPAÇO

HÁ UM DRAMA DE TREVA E LUZ.

COMO CRISTO A LIBERDADE

SANGRA NO PORTE DA CRUZ.

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OLEGÁRIO MARIANO

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 08/06/2011
Código do texto: T3021454
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