BOAS MANEIRAS E BOA EDUCAÇÃO EM EXTINÇÃO
De: Ysolda Cabral

 

 

 

 

Tem coisa mais constrangedora do que você dar bom dia e ninguém responder?

 

Decidida a não mais passar por esse constrangimento, pensei em só cumprimentar quem me cumprimentasse primeiro.

 

Então lembrei de um fato, vivenciado pelo engenheiro civil e advogado, Telga de Araújo Filho, o qual me levou a ponderar esta decisão.

 

Vale ressaltar que, o referido engenheiro e advogado é pessoa da mais alta estima e apreço na sociedade pernambucana. Foi presidente do Conselho de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Pernambuco, por duas gestões consecutivas. Inteligente, competente, atuante, dinâmico, culto, espirituoso e muito divertido, Dr. Telga, conquista a todos por sua simplicidade, autenticidade, e, principalmente, pelo seu senso de justiça e igualdade.

 

Ele contava - achando muita graça - que trabalhara numa empresa, onde existia uma jovem recepcionista bonita e elegante. No entanto, ela não se dignava a responder o cumprimento de nenhum colega de trabalho.

 

Seu ''bom dia'' era apenas destinado aos clientes e visitantes, e, claro, aos mais altos executivos da empresa.  Contudo, à medida que a maioria dos colegas se chateava e pedia  ''sua cabeça'',  ou seja, sua demissão, ele não se alterava e continuava a lhe cumprimentar  toda manhã.

 

Um dia, bastante atrasado, passou por ela e não falou. Quando já estava para pegar o elevador, surpreso ouviu um veemente protesto...   

 

- ''Hoje o senhor não vai me dar bom dia?!!!''

 

Ele, mesmo atrasado,  voltou, lhe pediu desculpas, lhe deu o bom dia e foi trabalhar  contente da  vida.

 

Sei, perfeitamente, que ele tem toda razão, porém continuo achando uma atitude assim imperdoável.

 

O fato é que, a noção básica de boas maneiras e de boa educação, anda também em extinção. O que é lamentável.