A Beleza não é Tudo

“A maioria dos realizadores projeta sobre o mundo o seu sistema, a vagueza de seu olhar, a distorção de sua “inteligência”. Uma obra nula é antes uma obra falsa, um espelho que deforma. Nós andamos por esses filmes como em um sonho ruim, esbarrando a cada instante em objetos irreconhecíveis. Nosso bom senso consistirá então em fugir dessa sufocante esfera de artifício (peitos, silicone e assim por diante), em retornar à verdade que banha por todos os lados a sala de cinema e vem bater nas suas portas sem nela penetrar”.

O ser humano é um organismo complexo e misto. De forma incisiva, a presença do fator simbólico na constituição das sociedades, dominando os instintos (deixando de fazer tanta bobagem) e, portanto o plano biológico gerou um nicho simbólico-social onde há constante movimento, evolução, reciclagem, revisão e ondas de valores sociais que alteram profundamente os pontos principais que determinam os fundamentos da beleza humana.

Além disso, as diversas fontes de sua acepção fazem com que ela seja o resultado de uma sobre determinação, excluindo assim a possibilidade de qualquer tentativa de isolamento de sua realidade absolutamente singular e múltipla.

Enquanto para os animais a beleza está relacionada a impulsos nervosos primários, para os seres humanos esta abordagem seria absurda. Há transformação e desdobramentos dos critérios a respeito do belo em toda a história da humanidade, trazendo muitas vezes elementos cômicos (as gordinhas da renascença e, por exemplo, ou as anoréxicas contemporâneas, nem tão cômicas assim...) que comprovam a subordinação de todos os conceitos de beleza às sociedades que os geram, variando temporalmente, racialmente, socialmente e geograficamente. Sendo assim fator determinante, volátil e instável para o critério humano.

Porém:

“Para a filosofia, a beleza advém da pureza do raciocínio, da surpresa e da consistência dos axiomas. Raramente está relacionada à aparência superficial. Já para os religiosos, a verdadeira beleza está na integralidade da propriedade da conduta do indivíduo para com um plano sagrado, em detrimento do mundo físico. Quanto mais completa é a imersão e desprendimento do mundo vulgar, maior beleza há naquele que a faz viver.

Muito a parte do que vivemos em nossos dias. Por isso este assunto tanto me incomoda, pois sempre me falam que para ser belo tem que ser desprovido de “inteligência” (ou no tempo ganho em busca do conhecimento). Meus amigos sempre dizem vamos para a praia ou balada fica ai perdendo seu tempo em meio aos livros sua beleza (juventude) não vai durar a vida toda. Pois bem esta é a questão, e quando se for o que vai sobrar!

“Essa é a razão porque Deus, sendo Ser absoluto, é também a verdade perfeita, a beleza suprema, o bem infinito, por isso mesmo todo o ser vivente que é, na medida em que é, é verdadeiro, belo e bom”.

Apenas um desabafo....

Alessandra Vida
Enviado por Alessandra Vida em 06/06/2011
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