A CARGA DE SABÃO QUE VIROU PÓ

Há ocasiões na vida em que à revelia das pessoa, um acontecimento, um fato, um acidente envolvendo terceiros pode beneficiar a outras, muito embora de maneira até certo ponto espúria. Sabemos que, de vez em quando, em qualquer lugar, principalmente em rodovias, onde há curvas sinuosas, quando acontece um acidente com caminhões transportando uma carga valiosa ou não, várias pessoas residentes na adjacência correm ao local e num instante, com instinto oportunista pegam o que for possível da carga tombada ao lado da rodovia. Fato este que só não é possível quando logo chega a polícia e põe ordem no local. Mesmo assim, muitos curiosos não desistem e permanecem ali, pois quem sabe, sempre sobra algum produto que foi violado pelo impacto do tombamento.

Dependendo do material que estava sendo transportado, após a notícia de um meio de comunicação, muitas pessoas fazem de tudo e se deslocam até ao local do acidente e fazem de tudo para não sair dali com as mãos vazias. Pelo o contrário, sempre alguém fica no lucro. Como por exemplo com o que ocorreu com a carga de sabão em pó que foi esparramada pelo acostamento e numa rodovia próxima de um bairro da capital paulista. Só não foi aproveitado o material que foi espatifado no asfalto, após o rompimento de algumas caixas daquele precioso material de limpeza. O certo é que, enquanto a polícia não chegava, os aproveitadores faziam de tudo para levar o máximo que podiam para as suas residência e comércio. Os quais, inclusive até bricavam entre si, dizendo:

-"Desta vez, "lavamos a égua". Quem sabe, da próxima será uma carga de sabonetes!..."

Pensando bem, aí já é querer muito. Escolher até o produto acidentado. Olho grande também tem limite ou ganância ou será oportunismo? O problema maior seria se o caminhão estivesse quebrado ou o motorista do mesmo assaltado e logo a seguir ter a respectiva saqueada. Aí sim, seria caso de polícia e prendendo todos os saqueadores!

João Bosco de Andrade Araújo