Banco América do Sul, uma lembrança
Nanbeiguinkô, uma lembrança
Depois da bonança , vem a tempestade, dizem. Longos anos vivendo na opulência do pós-guerra, a comunidade vê-se chocada com o desaparecimento de uma instituição que era o seu orgulho. Antes já tinham caídas as duas grandes empresas: A Cotia e Sul-Brasil.
A sucessora do Ginkô, como era mais conhecida, promoveu inúmeros reboliços. Gerentes nikkeys – a maioria – foram demitidos e pretenderam implantar uma nova filosofia de serviço. Mas logo depois, também esse banco foi incorporado por outro grupo.
Tentando recuperar aqueles antigos e bons clientes nikkeys, o novo banco insistiu pesado no marketing. E escolheu duas pessoas do seu quadro, gabaritados para a missão, verdadeiros samurais: Orídio Kiyoshi Shimizu e Márcia Nakagawa. Ela, por exemplo, domina o inglês, o japonês e o espanhol.. Formada em Administração pela PUC, com pós em Gestão e Implementação de Qualidade Total. Orídio é Economista,visitou o Japão a serviço. Iniciou a carreira no Banco
América do Sul em 1965,
em Guararapes. Ambos com longos anos na folha de serviços no Ginkô, Sudameris, ABN Amro, Real, Santander, por último. Galgaram altos postos na hierarquia para tal objetivo.
E a comunidade nipônica teve sorte. Justamente no ano do Centenário da Imigração, ambos detinham tais cargos nessa instituição e puderam atender a muitos projetos. Pode-se dizer: é difícil encontrar uma associação que não tenha sido beneficiada. Mesmo antes do centenário éramos bem atendidos. A excursão da cantora japonesa no Brasil, Mariko Nakahira, os shows de Joe Hirata nas exposições agrícolas eram possíveis graças à benemerência de ambos
Apesar de investir muito em projetos de altos valores, parece não ter havido o retorno esperado. O Santander não seria nunca o Nanbeiguinkô que muitos conheceram.
O Orídio se aposentou no final do ano passado. Foi eleito 1º Secretário do Conselho Deliberativo do Bunkyo de São Paulo. A Márcia também se desligou.do departamento de eventos. Praticamente ficamos órfãos. A última promoção no âmbito cultural deve ser o patrocínio do livro “Imigrantes Japoneses no Brasil”, calhamaço de 700 páginas, organizado pela USP.
A gratidão é sentimento algo muito tênue. Esquecemô-la rapidamente. Por isso, a intenção de deixar registrados a nossa gratidão e reconhecimento que o Orídio e a Márcia nos prestaram. É uma tentativa de perpetuar suas passagens pelas nossas vidas.
Não os esqueceremos.