“Academia Brasileira de Quê?”
Sempre que sei por ler ou por ouvir dizer de alguma notícia que alguém recebeu de uma UNIVERSIDADE o título de Doutor Honoris Causa, atribuído a personalidades que tenham se distinguido pelo saber ou pela atuação em prol das artes, das ciências, da filosofia, das letras ou do melhor entendimento entre os povos, fico feliz pelo reconhecimento que aquela instituição faz, mesmo in memoriam, a quem de alguma forma se destacou ou se destaca em algum campo do conhecimento humano.
Sempre que sei por ler ou por ouvir dizer de alguma notícia que alguém recebeu de uma ACADEMIA DE LETRAS o título de imortal fico me perguntando na minha vã mortalidade o que de relevante aquele alguém contribui ou contribuiu para a literatura daquele lugar, estado ou país.
Houve um tempo em que a minha vã mortalidade e santa ingenuidade de leitora achava que os critérios, ou ao menos, dois critérios para a escolha fosse uma presumida (confirmada, óbvio) produção literária e a tal relevância levada a serio pelos tais que faziam a escolha.
Bastou dar uma olhada com mais atenção para as ACADEMIAS DE LETRAS de vários estados, bastou tropeçar em gente tão sem expressão nas letras, que minha ilusão de seriedade caiu por terra, pois encontrei devidamente imortalizados políticos que tenho lá minhas dúvidas se escreveram seus discursos.
Houve um tempo em que a minha vã mortalidade e minha santa credulidade de leitora olhava a ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS com alguma sacralidade. Acreditava piamente que lá estava o Crème de La Creme (desculpem a presunção) da produção literária do Brasil. Acreditava também que uma instituição como aquela estaria acima de interesses politiqueiros, acima do desejo mesquinho da fama a qualquer custo.
A eleição do jornalista, comentarista da rádio CBN, do canal Globonews e colunista de "O Globo" Merval Pereira com “dois livros publicados (uma reunião de artigos, sozinho, e uma série de reportagens, em coautoria) que venceu com folga (25 votos a 13) o escritor Antônio Torres, 17 obras publicadas, entre romances, contos e crônicas”( Fabio Victor, folha.com) . Fábio sintetiza e não menciona os prêmios de Torres todos ligados a sua produção literária mas ilustra muito bem, a meu ver, a equivocada linha de atuação que o atual presidente da ABL, Marcos Vilaça vem adotando.
Basta dar uma olhada com mais atenção para a lista dos IMORTAIS para ver quantos acadêmicos são de outras áreas que não das LETRAS. Não que eu advogue o purismo, não que não defenda que mereçam honrarias, mas entendo que há um exagero nessa “abertura”.
Minha vã mortalidade só espera que tanta ampliação e abertura não signifique que mais dia menos dia não haja mais representantes da escrita literária naquela casa, pois aí sim, a pergunta “Academia Brasileira de Quê?” fará total sentido.
*subtítulo de reportagem da Folha de S. Paulo de hoje;
** Os grifos são meus, para que fique bem ACESO o que destaco, o que penso e digo.
fotos da minha visita a exposição da ABL Machado Vive, em 2008.
Sempre que sei por ler ou por ouvir dizer de alguma notícia que alguém recebeu de uma UNIVERSIDADE o título de Doutor Honoris Causa, atribuído a personalidades que tenham se distinguido pelo saber ou pela atuação em prol das artes, das ciências, da filosofia, das letras ou do melhor entendimento entre os povos, fico feliz pelo reconhecimento que aquela instituição faz, mesmo in memoriam, a quem de alguma forma se destacou ou se destaca em algum campo do conhecimento humano.
Sempre que sei por ler ou por ouvir dizer de alguma notícia que alguém recebeu de uma ACADEMIA DE LETRAS o título de imortal fico me perguntando na minha vã mortalidade o que de relevante aquele alguém contribui ou contribuiu para a literatura daquele lugar, estado ou país.
Houve um tempo em que a minha vã mortalidade e santa ingenuidade de leitora achava que os critérios, ou ao menos, dois critérios para a escolha fosse uma presumida (confirmada, óbvio) produção literária e a tal relevância levada a serio pelos tais que faziam a escolha.
Bastou dar uma olhada com mais atenção para as ACADEMIAS DE LETRAS de vários estados, bastou tropeçar em gente tão sem expressão nas letras, que minha ilusão de seriedade caiu por terra, pois encontrei devidamente imortalizados políticos que tenho lá minhas dúvidas se escreveram seus discursos.
Houve um tempo em que a minha vã mortalidade e minha santa credulidade de leitora olhava a ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS com alguma sacralidade. Acreditava piamente que lá estava o Crème de La Creme (desculpem a presunção) da produção literária do Brasil. Acreditava também que uma instituição como aquela estaria acima de interesses politiqueiros, acima do desejo mesquinho da fama a qualquer custo.
A eleição do jornalista, comentarista da rádio CBN, do canal Globonews e colunista de "O Globo" Merval Pereira com “dois livros publicados (uma reunião de artigos, sozinho, e uma série de reportagens, em coautoria) que venceu com folga (25 votos a 13) o escritor Antônio Torres, 17 obras publicadas, entre romances, contos e crônicas”( Fabio Victor, folha.com) . Fábio sintetiza e não menciona os prêmios de Torres todos ligados a sua produção literária mas ilustra muito bem, a meu ver, a equivocada linha de atuação que o atual presidente da ABL, Marcos Vilaça vem adotando.
Basta dar uma olhada com mais atenção para a lista dos IMORTAIS para ver quantos acadêmicos são de outras áreas que não das LETRAS. Não que eu advogue o purismo, não que não defenda que mereçam honrarias, mas entendo que há um exagero nessa “abertura”.
Minha vã mortalidade só espera que tanta ampliação e abertura não signifique que mais dia menos dia não haja mais representantes da escrita literária naquela casa, pois aí sim, a pergunta “Academia Brasileira de Quê?” fará total sentido.
*subtítulo de reportagem da Folha de S. Paulo de hoje;
** Os grifos são meus, para que fique bem ACESO o que destaco, o que penso e digo.
fotos da minha visita a exposição da ABL Machado Vive, em 2008.