Esta é a história dos pés vermelhos

Esta crônica é lá dos anos 60, quando ainda criança nas ruas descalças e vermelhas do bairro onde nascí(Campestre), onde crescí, e lembro-me quase diariamente de minha doce infancia, mocidade e juventude .

Bem hoje gostaria de continuar o que comecei e começo falando sobre a rivalidade que havia entre os meninos do berra lobo e do explosivo, era uma comédia as vistas de hoje é claro, mas não podíamos subir o morro em direção do explosivo, que a briga tava formada, e vice -versa, éramos estudantes do grupo escolar Emilio Pereira de Magalhães, isto meados de 62/63, não tinha um dia que não havia briga, hoje eu lembro com clareza das quantas pedradas levei na cabeça dada por um colega de escola de nome Tito, ele era bom no estilingue e não errava uma, e quase todos os dias minha camisa chegava em casa ensanguentada.

as ruas do Berra Lobo eram de terra avermelhada mais tarde a Vale do Rio Doce colocou minério de ferro (Fino) e ela transformou-se em ruas negras, a energia vinha de Dona Rita onde a Vale mantinha uma usina Hidroelétrica,lembro-me que era bem fraquinha, tambem não tínhamos quase nada de aparelhos em casa, somente algumas poucas lâpadas e um rádio bem antigo daqueles que pareciam um baú, e tinha uma lámpada verde enfrente ao painel frontal, e existia um nível dentro desta lampada que era comprida, e quando girávamos o seletor para sintonizar alguma emissora o nivel se estabilizava, e naquele tempo as seis da tarde, muitas vezes eu meus irmãos deitávamos no chão da sala que era de taco, e meu pai ligava o rádio e depois da hora dos anjos, entrava uma novela chamada "Jerônimo o Heroi do Sertão", Tambem ouvíamos "O Direito de Nascer". Os postes das ruas eram de ferro(aqueles trilhos de estrada de ferro) ficavam exatamente no meio da rua, que pena não ter tirado fotos daquela época poderia está postando agora para conhecimento do público, e recordação daqueles que viveram tambem nesta época, naquela velha Itabira.

Abraços.

Dico Fogo