BEM E MAL. FINITUDE E INFINITUDE.
O homem sabe que não pode captar a felicidade a qualquer preço. Vive em nós uma consciência moral.O juízo de consciência é acompanhado de sentimentos profundos: medo, inquietude. Mas, todos nós concordamos neste ponto: que discernimos entre o bem e o mal, e que esse discernimento é mais profundo e básico do que entre o útil e o inútil, entre o agradável e o desagradável.
Será que minha vida tem realmente finalidade e sentido? Nosso desejo de “sermos bons” brota de uma previsão, estou sendo destinado para a bondade absoluta.O homem pode, portanto, em sua vivência e reflexão, chegar à clara conjectura de uma Origem Infinita, por mais vaga que esta possa ser. Eis que justapondo-se a isso desponta cruel desafio a nossa pacífica reflexão.
Esse desafio é a miséria do mundo. Como podemos rimar a doença, a decepção, a malícia, nesta terra com uma Origem que seria a Bondade infinita? Não somos apenas limitados e finitos – característica esta que exige necessariamente a existência do infinito – mas somos igualmente quebrados e partidos. A nossa existência limitada está sendo atravessada por culpa e morte. Donde provêm isso? Como se explica esse fato? O Perfeito que descobrimos por reflexão não dá resposta ao absurdo, ao sofrimento, à morte? Como deveríamos representar-nos, uma Infinitude que, ao mesmo tempo, manteria o bem e o mal, o belo e o feio?
JESUS É A RESPOSTA”. São partes claras extraídas do “Catecismo Holandês”.
Percorre o mundo a mensagem de que o Infinito se manifestou em Jesus de Nazaré. O fato da existência dessa mensagem não se pode negar. Ele existia desde o princípio. Só há finitude por haver Infinitude.
Estou relendo o incrível, “Catecismo Holandês”, do inicio dos anos 70, assim mais conhecido por ser lançado em Holanda pelos Bispos de Nijmegen, nominado como “Novo Catecismo”. Isto em sucedâneo ao Concílio Vaticano II gerando grandes debates. Foi “corrigido” por uma Comissão cardinalícia e aditada a “nova” interpretação de algumas partes ao final.
A grande questão do homem educado, que pensa, forçosamente, é sua origem e destino. De tanto não se escapa, é inerente ao nosso “logos”.
Os chamados livros sagrados são livros. Dos livros se capta um pouco de saber para saber que menos se sabe. E nos basta saber que nada sabemos, já é uma consciência galvanizada, útil à vida.
Li certa vez como podem existir pessoas que só escrevem coisas sérias. Se pessoas escrevem coisas sérias é por serem sérias e não abordarem, costumeiramente, superficialidades. Estas, respeitam-se, mas nada trazem além de mera distração, que também conta e é positivo para o momento, mas não fica, não conduz, não educa, não é didático, não soma.
Viver é ser útil em maior proporção. Devemos tratar os valores que são sérios para dilargá-los.É possível até, se escrever aparentes superficialidades, mas com fundo de ensinamento, como nas fábulas.