Fenart, Quatro Vezes Fenart



     Na nossa publicação “Memória da Funesc de 1999 a 2002”, verifica-se como exerci, com muita honra, no Governo José Maranhão, a Presidência da Funesc , quando se procedeu a uma recuperação , sem precedentes, no Espaço Cultural José Lins do Rego, patrimônio inalienável da Paraíba. E, durante esse período, realizamos quatro memoráveis Fenart, cumprindo fielmente o que promete sua sigla: Festival Nacional de Arte. Eram festivais, nacionais e de arte. As programações abrangiam, proporcionalmente, inéditos ou quase inéditos valores artísticos de vários estados, regiões e cidades da Paraíba, nas áreas de Música, Teatro, Dança, Cinema, Literatura, Feira de livros e edições sobre os patronos, Pintura, Fotografia, Museologia, Grupos de Estudo, Oficinas e Conferências, cujos temas e ambiência inter-relacionavam artes, artistas e público, também com a participação de artistas de outros países, como Portugal, França, Estados Unidos, Argentina, Chile, Iran, China e Cuba.

     C
ada Fenart se realizou, em três turnos e em doze dias consecutivos. O primeiro, logo no início dessa gestão, de 20 de abril a 1º de maio de 1999, foi o V Fenart, homenagem à Música. Patrono: Jackson do Pandeiro, cuja viúva Almira Castilho e familiares foram nossos convidados até o término do Festival. Esse Fenart trouxe de volta à cena paraibana, então o quase esquecido Jackson do Pandeiro, através de oficinas, conferências, livros, reportagens e shows. O seguinte, o VI Fenart, em 2000, de homenagem à Pintura, teve como patrono o pintor Pedro Américo; em seguida, em 2001, o VII Fenart, dedicado à literatura. Patrono: escritor pilarense José Lins do Rego, ao se comemorar o centenário do seu nascimento. E, no final dessa gestão, o VIII Fenart, em 2002, em homenagem ao teatro; patrono: Paulo Pontes. Portanto, quatro versões de grande porte em quatro anos.
 
     Hoje, entristece-nos a notícia da não realização do Fenart, alegando-se a não existência de recursos. Ora, nunca houve recursos para Fenart! Fazíamos longos e bons festivais porque, depois de planejados e calculados os custos, trabalhávamos , incansavelmente, à procura de recursos até se ter captado o necessário de várias fontes. Pagava-se ao artista após cada espetáculo. Também havia maior cobrança da mídia para se realizar o Fenart, o que aguçava nosso entusiasmo. Hoje, simplesmente se adia, “sine die”, subtraindo-se, conforme a comodidade, os nossos Fenart anuais. Congratulamo-nos com seus idealizadores, mas se espera que os atuais responsáveis por este Festival, com empenho, trabalhem na captação de recursos para a versão 2011 do Fenart, por ele significar o maior, o mais rico evento de arte do calendário cultural nordestino e paraibano.