Retrato interior
No começo nós queríamos uma página da web para escritores. Um lugar de exercício e mostra para preencher o vazio quanto à oportunidade para exercício literário. Refletir sobre o sentido de armazenamento das gavetas no desejo de compartilhamento desses originais. Sobretudo num momento histórico de ambientação das novas técnicas no ambiente gráfico. Desde a Criação da Imprensa (C.I.) até o infinito dimensionamento virtual (D.V.). Tempo multifatorial da técnica disponibilizada. Como se ambientaria a literatura dentro dessas mudanças? Nós não tínhamos nenhuma evidência deste fato antes de seu ineditismo. Nunca ninguém imaginou antes tantos entregues ao profundo templo das palavras. Nem imaginávamos quantas experiências nasceriam deste novo contato com as profundezas da alma.
Pra alguns é imperdoável que possamos utilizar sequer o vocábulo “literatura” na maior parte do tempo. A norma culta é por demais ferida, essas considerações ressentidas do valor quando iniciamos avaliando a pureza da intenção. O ato de avançar sobre si sobre o mundo, como num tapete mágico, eterno, único, superior. Sendo rapidamente utilizado para demandar toda a ordem de expressões anímicas.
Quase na mesma intensidade vizualiamos também certo recuo, e até libertação acima da simples e pura idealidade; mesmo que custasse certo afastamento do senso comum, sem perder o mesmo esplendor natural do mundo.
Quer o homem a literatura em seu todo franco, despojado, isento e percorrem assim todos os ciclos das paixões e ledos enganos. Mas o espaço criado havia nos surpreendido de tal modo, pois haveria de brilhar ainda mais no infinito espaço desconhecido. Tínhamos uma vaga noção. Fica agora a certeza. Vida interior desbravada, desvendada no âmago das almas e em sua completa torrente. Obedece a um sentimento de resposta contra qualquer insano avanço, horrendo risco de contrate entre o real e o irreal, contra a integridade física das almas. Todas as regras iniciais de nossa presunção haviam sido inteiramente quebradas pelas multidões de textos e tópicos. Cada qual percorrendo a sua exposição de motivos. Contos, crônicas, poesias, acrósticos, imagens tudo sintetizado no podr das crenças literárias.
Na primeira definição de gênero sabíamos que logo em seguida haveria o sequestro de nosso direito, primando como absoluto. O desvio operacional. Erramos na primeira fase quando julgamos inteiramente nosso o direito de repúdio, de banimento dos autores em qualquer nível de discussão. Mas ainda onde foram visíveis os limites da boa-fé. O bom termo, a boa graça das frases, o café sintático de cada dia. Se for o usuário nosso melhor mundo para especulação, e que destarte, sabiamente especulamos: ficam eles com o uso e nós com os frutos. Haveria algumas expressões solúveis para o desejo ganacioso de também auferir analogamente. Algumas pinchadas ásperas outras cínicas, duas ou três magníficas. Todas lutando para garantir um mundo melhor.
Ficção.