O CELULAR
O CELULAR
Eles viviam bem. Durante 19 anos, muitas coisas aconteceram:brigas, desentendimento, discusões, mas nada como o que aconteceu. mesmo quando brigados, eles acabavam fazendo as pazes, na maioria das vezes fazendo amor. Desta veznão. Desta vez foi muito diferente, ela ficou dura, seca, fria, inredutivel, não queria saber de nada, ele a beijava e era o mesmo que beijar uma pedra, oferecia uma coisa e outra e nada. Nada fazia aquela mulher voltar ao que era, estava brava, nervosa, de cara fechada, levantava, procurava algo, revirava gavetas, bolsos e o que encontrava. De cara fechada parecia que o mundo tinha acabado ou ia acabar em pouco tempo. Não importava nada, o sono que sentia antes de repente tinha passado, mesmo no escuro ficava sentada na cama, queria sair, queria encontrar o que procurava. Pegou o celular mandou varias mensagens, fez varias ligações. O sono não vinha, a que horas ela dormiu? Nem ela sabe. De manhã cedo ela continuou a sua procura, queria encontrar de todo jeito, queria encontrar uma prova a todo custo. De quê? Só ela sabe. Ele acordou, a beijou, mais ela continuava fria, seca, não parecia a mulher que ele conhecia, que tinha um beijo doce. Todo por causa de um celular, ou melhor, por causa de uma ligação com duas letras. E o que era amor, se transformou de repente por causa de duas letras que podia significar uma infinidade de coisas. duas letrinhas provocaram desconfiança, desconforto, angustia, raiva, insônia e dô de cabeça. E o celular que foi criado para encurtar distáncias e aproximar as pessoas, se transforma em um vilão que separa, afasta cira uma distância que mesmo as pessoas estando proximas, estão muito longe em pensamentos, corpos e atitudes...
30/05/2011