Não doí mais. Estou anestesiada.
Não se incomode venha cá. Vou te contar como me sinto. Parece que tenho um buraco no peito, mas não é de bala..certeiro. É uma dor que vem e vai, e me distrai de tudo. Ultimamente não consigo me concentrar em nada, eu sei, tem gente pior do que eu, e não é querer achar que tenho mais sofrimento, mas entendam... eu estou com medo. Tenho medo de acordar, e quando acordo tenho medo de levantar. Tenho saudades da minha mãe, e muitas do meu pai. é ruim não tê-los. Por mais que eu tenha minha mãe, nunca me sinto plena. Nunca dei trabalho, nunca fui uma filha exemplar também, sempre fui normal. Sem namorados, sem garotos de mais, sempre me mantive na redoma que criei quando era pequena e ficava num leva e traz danado. Me sinto solta , mas estagnada. Não tenho vontade de estudar, não sou a pessoa mais certa para conselhos. Não quero fazer amigos, não quero mais tê-los. Não quero mais sonhar, quero somente a realidade, ela me guia a um lado pessoal. As vezes, queria morrer, alturas me consomem.. enfim quem nunca pensou nisso que me diga! as vezes eu sinto tanta vontade de sumir, o medo me consome tanto que penso mesmo em desistir, mas quando em um corte sai gotas de sangue, penso que não valerá a pena. Eu tenho marcas nas pernas, tenho marcas nos braços, e também no coração. Porem as dele não são visíveis a olho nú. Escondo-as, não quero que as pessoas saibam, como mantenho meu sorriso no rosto, minha face {esfacelada} a cada manhã, uso mil pulseiras, elas ajudam esconder o que meu braço revela. Uso calças para que elas não revelem as intensas marcas que tenho.. Eu engordo só de pensar em comer, já tentei muitos meios mais a balança é minha inimiga, pode até ser algo que se dê para tratar, mas me vejo como um andaime de gorduras. Me detesto, não gosto do meu corpo muito menos dos meus cabelos. Eu não gosto de mim. Eu me odeio profundamente, mas ainda queria amar alguém. Vivo tentando escapar da vida, e sabe o que eu ganho? respingos de sangue no chão do meu quarto.