Dia do enxadrista
Hoje, 31 de maio, é o dia do enxadrista ou enxadrezista. Já comentei o quanto este sábio passatempo é mantido longe da atenção geral pela mídia. O dia da luta contra o tabagismo foi colocado no mesmo dia para apagar completamente seus vestígios.
Há pouco tempo no Facebook perguntei aos amigos sobre a razão dessa indiferença. Apenas um respondeu e mesmo assim concluiu que não era “bacana” ser enxadrista. Chegou a insinuar que era jogo e como todo jogo viciante. Repliquei que o xadrez era o melhor presente que um homem podia dar a si mesmo em toda a sua vida. Mas a resposta havia fugido do mérito da questão. A resposta parece envolta numa espécie de tabu do complexo de inferioridade. É na verdade um jogo difícil de autoafirmação. Todo jogador aprende a vitória mediante inúmeras derrotas. Isso abala horrendamente narcicistas egocêntricos de todas as raças.
Meu entusiasmo pelas disputas no taboleiro de xadrez é imenso. Sei que é um momento em que o adulto retoma a velha lição de olhe com os olhos e não com as mãos. Talvez por essa razão assuste os menos precavidos porque na vida adulta todos decidem ficar longe ao máximo dessa expressão. A única oportunidade de rever novamente este conceito está no milenar jogo dos reis.
Hoje homenageio todos aqueles que adiquiriram esta identidade: enxadrista. Mesmo sabendo que os jornais não dão a mínima para este esporte, nem a TV, nem o rádio, nem a maior parte das escolas deste país. Minha homenagem também ao campeão brasileiro André Diamant, que do alto de seu saboroso título, não cedeu a minha piada de que lhe daria um Mate do Leão na primeira oportunidade que pudesse. Não aceitou meu pedido de amigo no Facebook. O que me fez compreender humildemente que o xadrez é mais inteligente do que todos os homens da face da terra. Parabéns ao grande campeão brasileiro de Xadrez e a todos os enxadristas. “Somos um só no mundo”.