SAMOS - Um Conto Arabe!?
Hoje, 05 de dezembro de 2003, véspera de mais um Natal em família, rendi-me ao charme, a elegância e ao extremo carisma de nosso presidente.
Ele esta em sua vigésima sexta viagem ao exterior com uma das maiores comitivas que este país já viu, visitando países que só D.Pedro II visitara, talvez com comitivas idênticas da nobreza brasileira.
Deu uma paradinha no Líbano, país simpático aos brasileiros tendo em vista o grande número de “brimos” que por aqui se radicaram desde há muito tempo atrás.
Temos no nosso cenário político-sócio-cultural vários descendentes desse povo, tão sofrido quanto nosso povo brasileiro e com identificações que nos tornam irmãos mesmo sendo de terras tão distantes.
Malufs, Tumas, Dualibs, ChapChaps, etc, etc, que fazem parte de nossa história nos ensinando com seu sentimento familiar tão enraizado em seu seio, com seu sentimento de defesa de seus conterrâneos, mote principal para a sobrevivência de todos, não como uma colônia no meio de um povo, mas se aculturando, se adaptando, se amoldando e mostrando que vieram não apenas para fazer fortuna e irem embora, mas fazer fortuna participando do engrandecimento da nação que os acolheu como seus os filhos de outra nação.
Tudo isso sem perder sua própria identidade.
Mas voltemos ao nosso desprezado Presidente Lula, sendo que aqui Lula não é apelido, é nome.
Desprezado porque?
Existe uma elite neste país, qualificada em nome de uma cultura baseada na exploração do trabalho escravo do negro e do índio, alicerçados por séculos de depredação exploratória do meio ambiente, como um meio de se atingir fins obscuros, embasados numa política coronelista e latifundiária onde o homem é explorado pelo próprio homem em detrimento da evolução social do hiposuficiente e culturalmente esmagado por essa minoria elitista.
Pois bem, depois que ouvi nosso presidente Lula, que veio das bases trabalhadoras resolvi que realmente sou feliz e não sabia.
Durante anos estudei e até hoje o que tento passar aos meus filhos é que a única coisa que o ser humano leva para além-túmulo de realmente seu, é o conhecimento.
Conhecimento que leva à descoberta de novos mundos, que leva à sabedoria, que leva à verdade, pois como disse o maior de todos os mestres neste planeta: “Conhecereis a verdade e ela vos libertará”.
Através do conhecimento chega-se à fé plena, ao auto-conhecimento, à plenitude enquanto ser humano, à verdadeira liberdade.
A partir de hoje revejo meus conceitos e me declaro totalmente a favor de nosso presidente Lula:
“Samos” uma nação com vocação pra receber de braços abertos qualquer povo deste planeta; “samos” solidários com os povos oprimidos e explorados pelos países mais ricos que “nóis”;
Se um país rico que nem os Estados Unidos e que nem Israel se nega a fazer o que a ONU determina, porque nóis, país pobre devemos obedecer o que eles quer?
Samos independentes, e unidos poderemos fazer muitas coisa que sozinhos parece coisa de criança, mas unidos vai fazê com que os grande trema de medo de nóis pela força que nóis representa nos mercado internacional.
Samos as próximas potências econômicas do mundo pois unidos jamais vamo sê vencidos.
Samos ainda uma ameaça à estabilidade dos ricos pois nossas matérias primas é do que eles precisam e nóis num pode mais vende tão barato. Samos o que se pode chamar de eminência parda dos países em desenvolvimento pois nóis fomenta as revolução assim como o nosso grande Che Guevara fez com as Américas.
Samos a favor das liberdades democráticas pra gente pode reclamar de tudo e quando de posse do poder, como agora que o sonho se realizou, poder espalhar nossas idéias pro mundo e divulgar nossos pograma contra a fome e contra a carestia.
Samos de tudo um pouco, mas principalmente, contra os ricos e a favor dos pobres: a favor pois ser contra os pobre é acabar com eles e se a gente acaba com eles não pode mais fazer caridade e distribuir as coisa de graça com os impostos dos ricos.
Samos, acima de tudo, o que Deus quiser.
“Tenho dito, companheiros libaneses”. (este final, pela graça de Alah, o Justo e Misericordioso, é meu)
Isso tudo escrevo após ouvir um trecho do discurso de nosso tão querido presidente perante o Parlamento do Líbano, onde espero profundamente, que o tradutor simultâneo seja inteligente o suficiente para traduzir com as necessárias correções.
Como posso exigir de um filho, ou de um funcionário, uma qualificação que nem meu próprio presidente tem?
Como posso exigir um pouco de conhecimento ou cultura em um país onde o diploma de segundo grau custa pouco mais de US$ 300.00 e é obtido em trinta dias?
Como posso ficar calado vendo triunfar as barbaridades e torpezas ao mesmo tempo que sinto uma imprensa manietada através do poder econômico, pois estão também arrochadas em dívidas previdenciárias, trabalhistas e outro tanto de impostos.
Como permanecer alheio em um país onde cobrar impostos assume o papel de verdadeiras derramas coloniais e onde o capital literalmente jogado na bolsa de valores, que deveria servir para financiar a produção, não passa de um meio de ganhos rápidos e fáceis, ilusórios aos pequenos investidores que financiam o capital estrangeiro aqui investido pela perspectiva de lucro fácil, sem problemas trabalhistas ou de qualquer outra natureza fiscal.
Enquanto esse governo, que não difere em quase nada dos anteriores a não ser talvez por sua característica revanchista, não assumir a verdadeira vocação que qualquer governo deste país já deveria ter assumido, uma vocação patriótica, xenófoba talvez, mas necessária para podermos realmente criar uma mentalidade nacional voltada para o nosso desenvolvimento, e quando falo nosso é do desenvolvimento de todo nosso país e do povo nele contido, com mais educação, mais confiança em seus dirigentes e em seu próprio futuro, hoje tão incerto quando uma bala perdida.
Enquanto esse nosso presidente se meter a desenvolver novos programas em detrimento de programas existentes mas que não são de sua autoria, ou de seus asseclas-companheiros transformados por cirurgias plásticas, como o desastrado Fome-Zero, ou seus tentáculos em empresas de ônibus de qualquer município, qual um verdadeiro polvo, ou será que é lula?
Enquanto tudo isso estiver acontecendo num país onde o próprio ministro da cultura não sabe que mais de doze milhões de brasileiros já foram alfabetizados no ultimo ano pois estavam fora das estatísticas há algum tempo e o ministro da justiça é colocado sob suspeição via internet para todo o mundo ver, então nos restarão muito poucas opções a não ser ficar assistindo o noticiário sangrento do Circo montado pela mídia romano-brasileira.
Mas mesmo assim, peço a Deus, a D´us, a Alah, a Jeová, ao Grande Arquiteto, seja qual seja sua denominação, peço que os olhos de nosso povo sejam abertos, suas mentes iluminadas e que possamos um dia, nós, nossos filhos e nossos netos, vivermos em um país realmente alvissareiro.