OS PUTEIROS DE BH
Ontem à tarde, domingo, no Bar/Mercearia do Leco, reuníamos, para a resenha semanal, Milton, Gaia, Wilson Pançudo, Waltinho, Evaldo, Roberto – Tudo para Festas e Caetano - Pão de alho.
Valdelino chegou com uma porção de torresmos, de três andares e Ângela serviu-nos umas torradas, com picles. As geladas teimavam em disputar corrida com as caninhas goela abaixo.
Mas, como não podia deixar de acontecer em reuniões masculinas, veio à baila a cultura, a literatura. Quase sempre só se discute isso na roda de amigos, numa mesa de bar; conhecimento! Então, os amigos passaram a interagir comigo sobre o causo postado no RL sobre “As mulheres das zonas de Belô”da época das décadas de 60 e 70.
Impressinante o conhecimento deles, sobre o assunto! Todos contribuíram para que surgisse outro causo a respeito da temática, “o puteiro”!
Tudo começou quando Caetano disse que eu omiti o nome da Marieta ao referir-me da zona do bairro Prado, na Rua dos Pampas. Daí em diante, cada um demonstrava ser “expert” a respeito.
Um apontava, no Barro Preto, na Rua Uberaba, que Margarida era quem comandava as meninas; e na Rutilo, Rute negociava.
Subindo um pouco mais, no Calafate, na Rua Campos Sales com desembargador Barcelos, no “Bar do Fritz”, uma reunião com os amigos acontecia todas as sextas-feiras. Uma quantia de dinheiro era “casada” na mesa e um sorteio era realizado. Numa cumbuca introduziam tiras de papel com seus nomes que eram retirados um a um, até que fosse conhecido o último. Esse ganhava a bolada e podia escolher a companheira, na “Zezé” (a mais cara de Belo Horizonte).
Mas, um ritual era seguido. Lá chegando, negociava com a escolhida e pedia-lhe que declarasse, na presença de todos, o quanto receberia em troca de seu labor. Ainda, a ela, os amigos solicitavam que cuidasse muito bem dele e que ficariam do lado de fora do quarto, aguardando-o para que pudessem fazer o acerto, com ela. E para finalizar, queriam ouvir de sua viva voz quando ele a perguntava, o que vamos fazer? Sua resposta:
- Tudo o que você quiser!
Disse, o Caetano, que o frenesi tomava conta de todos que ficavam do lado de fora torcendo pelo amigo e espirrando que nem bode velho, devido ao cheirinho característico do ambiente.
No Bairro do Bonfim (onde há o Cemitério “do Bonfim” – imagina, hein? Do Bonfim! - palco do causo da “loura do bonfim”), Luzia, na Rua Abaeté com Mariana, apresentava Dalva como seu cartão de visitas – a mais procurada por todos.
Descendo o morro do cemitério, na Jaguarão, a casa que era familiar, as placas em seus alpendres, assim anunciavam: “Casa de família !”. Mais adiante, na Avenida Pedro II, havia um logradouro conhecido como “Melhoral”, pois em seu muro, uma propaganda antiga desse medicamento estava estampado.
Além daquelas mencionadas do centro da cidade na crônica passada, lembraram-me do Hotel “Maravilhoso”, na rua Guaicurus, que picotava os ingressos à medida que seus possuidores eram atendidos.
Do “Hotel Aurora”, na Rua São Paulo, no qual todos ficavam até o romper da aurora. Na Avenida do Contorno com a rua Curitiba – o 8; na Curitba, o 32. Na Rua Mauá …