Classificação indicativa?
O discernimento é uma das qualidades básicas da inteligência. Quando alguém cria uma “classificação indicativa” está insinuando obscuridade, estimulando ao mesmo tempo a curiosidade sobre o objeto desaconselhado. No desenho animado “Simpsons” mora o Flanders que é um imbecil metafísico. Somente ele retiraria da sala um filho menor assistindo um programa de televisão com aviso prévio em plena tarde. Mas o país e o mundo estão infestados de Flanders. Para eles é justificável o aviso.
O curioso é que a classificação indicativa pesa apenas sobre a ambientação do sexo e da violência. Sendo a violência bem mais tolerada do que o sexo. Ela não se move na direção da qualidade da programação. A classificação devia refletir e então teríamos uma modalidade diferenciada de questionamento: "este programa é verdadeiramente idiota para qualquer idade" ou ainda "este programa é dedicado aos idiotas de todas as idades". Simples.
A classificação indicativa é uma imposição digna da boçalidade. Efeito de um processo educacional destruído ao largo das programações de massa. Um capítulo de novela é capaz de destruir um mês inteiro de aulas, pois substitui o interesse pela educação reflexiva. De “tal modo que algumas emissoras tentam preencher o vazio com espaço para escolas do tipo televisão curso”. Processo sofrível que apenas tapa buraco no plano básico do básico. No mínimo rubrica almas incapazes de compreender o simbolismo paternal desta discussão sobre classificação indicativa.
O status quo da classe política percebe lucros com tais iniciativas. Aufere força ao poder de mando sobre as cabecinhas vazias. Só não fica na porta da biblioteca e das livrarias separando o que deve ser lido do que não deve ser estudado porque ainda não alcançou total declínio.