Férias
Hoje é tarde de domingo e eu estou esboçando um novo sonho. Minha ideia de passear em julho tem se tornado a cada dia mais forte. Não é a primeira vez que me pego planejando uns dias num sítio, como em minha infância.
Eu vejo a mim mesma com um vestido leve, sandálias de dedo e cabelos curtos ao vento (como sempre). Sei que a vista de todo o lugar será agradável e convidativa a caminhadas ao amanhecer. Haverá flores silvestres brancas e amarelas (são as predominantes nas matas nesta época). A noção de banhos nesse horário é uma lembrança gostosa de quando eu era criança.
As férias parecem ser o único assunto dos professores na hora do recreio, ao menos os da escola em que trabalho. O assunto surge também na lanchonete onde tomo meu sorvete (lembras, João, que prefiro o sabor goiaba?), na pracinha e, até mesmo, na igreja. Outro domingo, minha cunhada Amparo soube que pretendo sair de férias para um local tranquilo e se convidou a ir comigo. Aceitei certamente. Ela é uma excelente companhia para esse tipo de ambiente – não é a primeira vez que saio com ela a passeios.
E me seguro para não comparar os dias que ainda terei até a data com os das férias, quando estou sozinha em minha varanda como hoje. Mas enquanto elas não chegam, pesquiso na memória alguns possíveis lugares no sul do estado do Piauí. No que diz respeito a rios, há em várias cidades pequenas – bem o que quero.
Balanço a rede com um dos pés na parede, perguntando-me por que não tiro um cochilo e sonho com minhas férias.