Partiu.
Ela partiu. Meus olhos estavam cheios de lágrimas que não paravam de escorrer, ela ainda segurava minha mão para atravessar a rua, tinha medo do mundo e corria para meus braços quando não tinha solução. Agora ela caminhara com suas pernas em meio aos pedregulhos, saltava obstáculos como se pulasse corda, resolvia teus problemas como se dedilhasse em um violão. Ela cresceu, e minha alma ainda é criança.. Não sei para que lado ir quando as “raízes” dela começarem a se entranhar na terra, queria segui-la, mas agora ela tem que andar sozinha, ela não é mais uma criança que segura na minha mão quando vou leva-la à escola. Ela se veste sozinha e penteia seus cabelos, coloca sua fita, mas não é rosa é uma vermelha. Sinto saudades dela criança, eu me sentia segura, e ela estava comigo. E agora o que farei para respirar? o que farei para chorar, o que farei para seguir? andar?. Terei que ir sozinha para a escola. Terei que chorar sozinha. Terei que ir para o banco da praça sozinha. Terei que crescer também, embora não queira. Estou lacrimejando, talvez seja um cisco pentelho que entrou em meus olhos. Mas na verdade não é é um cisco de emoção que me fez vir aqui lamentar por ela estar indo sozinha.