HINO NACIONAL X FUNK

Chegou ao YouTube um vídeo gravado na cidade de Dom Pedrito – RS, onde seis soldados fardados dançam o hino nacional brasileiro em ritmo de funk. Primeiramente eles estão sérios, respeitando a introdução do hino nacional. Mas é só chegar à primeira estrofe que os seis soldados começam a rebolar, dançar e requebrar até o chão, fazendo do hino um verdadeiro funk. Militar dançar funk até que não tem nada demais, afinal gosto é gosto. O problema foi a música escolhida, um tanto inadequada para demonstrações desse tipo. Afinal, o hino de qualquer país deve ser respeitado por todos, mesmo por aqueles que não são da pátria.
 
Joaquim Osório Duque Estrada (letra) e Francisco Manuel da Silva (música) são os autores do nosso hino, que considero – juntamente com o hino nacional francês (La Marseillaise – A Marselhesa, em português) – os dois mais bonitos do mundo, tanto em letra como em melodia.
 
Os próprios militares da 3ª Companhia de Engenharia de Combate Mecanizada divulgaram o vídeo no YouTube, que agora está rodando o planeta pelas ondas virtuais, mostrando assim que nossos militares (pelo menos os recrutas) são alegres, extrovertidos e de bem com a vida.
 
Isto posto, vamos aos fatos que me levam a escrever esta crônica.
 
O desrespeito aos símbolos nacionais é crime previsto no código penal militar e pode resultar em pena de detenção de um a dois anos. Muito bem, estou de acordo. Agora, eu pergunto: será que não é um desrespeito maior ao próprio Brasil (até uma ofensa?), bem como ao seu povo, o que fazem constantemente esses nossos políticos e demais representantes do povo? Sim, esses mesmos que, em termos de avaliação moral e idoneidade encontram-se abaixo do nível crítico. Enriquecimento ilícito, aumento exagerado de patrimônio pessoal, falcatruas, dispensa de licitações, manuseio de verbas públicas, furto e desvio de doações feitas para vítimas de tragédias, são apenas alguns exemplos que me enojam, me fazem descrer da justiça, assim como cada vez mais me fazem ter vergonha de ser brasileiro. Existem exceções? Sim, raríssimas e honrosas exceções. Mas não cito nenhum nome exemplar, pois eles sempre podem nos surpreender.
 
Que se apure o episódio ocorrido com os recrutas em Dom Pedrito e aplique-se a punição, se necessário for. 
 
Mas, seria muito bom que todo esse rigor e essa repercussão exagerada fossem também estendidos aos senhores políticos e afins, cumprindo-se a fiscalização com a severidade devida e aplicando-se as penalidades previstas em lei. Se não for assim, episódios como o dos recrutas continuarão a acontecer, pois, um país que não se dá ao respeito não pode exigir o mesmo de seus filhos.      
 
 
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Arnaldo Agria Huss
Enviado por Arnaldo Agria Huss em 29/05/2011
Reeditado em 29/05/2011
Código do texto: T3000073
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