Chega de procura!

Digo a ti, que é a mais pura verdade dizer que procurar por felicidade cansa. Ah se cansa! Olhamos para frente, olhamos para o lado e até temos a cara-de-pau de olhar para trás. Procuramos debaixo do tapete, para ver se em algum momento e sem nenhuma intenção tenhamos á varrido. Abrimos o velho e bagunçado armário de casacos, mesmo sendo verão. Batemos a poeira, espirramos, afastamos as traças e procuramos. A gente anda, sente, cheira, toca, escuta e nada. E então chega uma hora que a indignação toma conta de todo o nosso ser e faz com que chutemos o que há em nossa frente, tentamos subir pelas paredes, pular pontes e voar do mais alto prédio cinza da cidade. Caímos. Respiramos assustados e então nos perguntamos “como chegamos aqui, no chão?”. Olhamos para trás não há nada o que olhar, procuramos o tapete e percebemos que o puxaram, vamos até o armário e ele esta trancado. E agora, onde procurar a felicidade? Uma mão então nos é estendida, levantamos da calçada imunda. A mesma mão nos acaricia e antes mesmo que algo exclamemos, a boca pertencente ao mesmo corpo da mão nos beija, um doce e leve beijo confortante. Nem peçamos que se apresente, a felicidade dispensa formalidades.