A VERDADE.

A verdade não é gosto de muitos, mas sua busca é frenética, pois sempre foi quase nada conhecida. Tudo é indefinido, nada é absoluto no núcleo da vida em geral, e se tudo é indefinido não há verdade exata, diga-se, nem no que seja aparentemente exato, aritmético, matemático como em Descartes. O “sei que nada sei” , socrático, continua a comandar.

E o sábio,Sócrates, data tempo, sabia que nunca ninguém nada saberia, a não ser uma ou outra réstea de verdade que lhe melhorasse a vida e a sobrevida. E ao que chegamos? A quase nada como felicidade geral e relativa. Vamos vivendo e muitas vezes retrocedendo, sem perceber com qual velocidade passa a vida, se muito vivemos e chegamos a olhar para trás. Nessa equação que é sortilégio, vida, o ontem é quase hoje, e o futuro, disso estou certo, é socrático, verdade absoluta, muito pouco revelará, “nada saberemos”.

Habitamos um pontinho do cosmos, que segundo o “Livros dos Livros” era informe e vazio. Quanto de vazio e quanto de informe? Nunca ninguém saberá, demos curtos passos em milênios de existência, como seres “organizados”, resvalando da espécie animal irracional para a espécie que pensa, para alcançarmos que existe uma bactéria em outro planeta, vida, mas logo bactérias, que são assexuadas e têm um outro sistema de vida diverso do nosso em multiplicação.

E assim o pobre homem, ser maravilhoso e ao mesmo tempo pretensioso, inventou sistemas, ideologias, mecânicas de “verdades necessárias” que se mostraram desnecessitadas, inermes e inertes de proposições definitivas, de resultados, capengas na busca da realização, alcançando o “nada” para sua plenitude, milhares morrendo de fome com o alimento ao seu alcance, ainda assim ausentes muitos de solidariedade, outros tantos privados de primeiros socorros médicos e de higiene, e o fantástico ser humano explicando fisicamente, quanticamente, que nada mais somos que um empurrão, sistema energético agregado que nem com toda agregação formulada consegue se agregar em torno do bem de todos, do propalado bem comum, e outros, em total pobreza interior pensaram meios e modos de haver igualdade retirando liberdade, vazios de conteúdo mínimo, subindo de onde nunca poderiam descer, logo que a queda surgiu quando nasceram, capazes de se afirmarem como primeiros em cumeadas que não atingiram, pois nada fizeram mais do que qualquer um poderia fazer e melhor, afirmações com “alicerce” em suas “grandiosas iniciativas” em todas as áreas, principalmente dos Estados, ínfimas de forma e mérito na história da humanidade, carregadas pelas marés do momento, isolacionistas e bafejadas pela sorte episódica, que nem mesmo néscios deixam de enxergar.

E o pior, essa busca enegrecida pela ausência de Lei Moral, rastreada no conhecido lado negro da vida humanam, crime e fraude, nunca conseguiu ver vida liberta e digna de respeito no Planeta Terra fracionado, quando agora se sabe o mínimo em termos de nada sabermos. Há um mundo novo além de tacanhas vaidades que Sócrates, o “mendigo”, já conhecia nos primórdios, sem nunca ter dito que nunca ninguém sabia tanto como ele. O que já ouvi de “celebridades” quanto à importância que se dão não me incomoda, ao revés, me dá pena, são tudo, sabem tudo, são mais importantes que personagens como Cristo-Jesus, nunca ninguém fez mais do que fizeram e outras aleivosias.

Fiquem com elas, a palavra aleivosia, abrigada por escritores oitocentistas, nasce do árabe hispânico originado do árabe clássico, que significa defeito. Mas eu suponho que vivam com elas no turbilhão das certezas.... Esses são os que menos sabem do tudo que nada sabemos, e há vida em outro planeta, bactérias. Não são as mesmas que infestam o Brasil em forma de gente?

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 27/05/2011
Reeditado em 28/05/2011
Código do texto: T2997621
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