INOCENTES ÚTEIS
Aqui na cidade dizem que há a proporção de um ônibus para cada 548 passageiros, de acordo com a demanda atual. Vem a prefeitura e diz que vai dar um jeito de remanejar os horários das linhas mais problemáticas. Mandar os donos comprarem mais ônibus, nem pensar! Afinal, isso oneraria os custos das empresas e aumento nas passagens. E quem pagaria a conta? Melhor continuarmos pagando com atrasos, ira e “ensardinhamento”, porque a grana é curta para quem precisa de transporte público.
Vivemos um permanente processo de “refenização” por esse Brasil afora. Veja o que acontece com a TV a cabo: a gente paga para ter canais de programação exclusiva e já enfiaram propaganda comercial como na TV aberta. E isso quer dizer que agora a gente além de ter que engolir mais esse sapo, ainda pagamos por ele. Segundo a desculpa que deram aos Procons, se não fizerem isso, a TV a cabo fica inviável no Brasil, devido ao baixo número de adesões. E nós com isso? No capitalismo não vale a máxima “quem não tem competência não se estabeleça?”
Veja o que acontece com as estradas. A gente paga IPVA, paga imposto na hora de abastecer o carro e mesmo assim privatizam as estradas e pagamos pedágio. Os impostos não deveriam ser reduzidos em função disso?
Veja o que está acontecendo com os aeroportos. Todos os dias ao ouvir ou ler notícias há um destaque para atrasos de voos. As empresas alegam sempre problemas meteorológicos. O que a gente bem sabe é que há uma venda de passagens maior do que a capacidade que os aviões (overbooking). E eles não aumentam a frota, porque senão vai aumentar custos e repassar aos consumidores. Quem tem uma curiosidade meio de economista e lê resultados de balanços dessas empresas vê que os lucros estão subindo na mesma proporção da indignação geral.
Não saímos do cativeiro econômico. Afinal, os empresários financiam as campanhas dos políticos para que eles venham até os mais longínquos e pobres lugares, obtenham os votos da maioria e mantenham uma forma de não trazer aborrecimentos para eles (empresários).
CANDIDATO: Pessoa que obtém dinheiro dos ricos e votos dos pobres para manter distância um do outro depois de eleito. (Do Anedotário Popular)