Lição de mestre
 
            Não gosto, ou melhor, tenho horror, a querer demonstrar cultura ou erudição. São dons, ou aperfeiçoamentos que vêm com o tempo.
            Mas nem por isso deixo de citar alguns fatos interessantes que conheço.
São orientais, e oriundos do budismo Zen.
            Conta-se que em determinada ocasião, um aluno teria perguntado a Joshu, um dos Grandes Patriarcas, o que significava o budismo. A resposta do mestre foi imediata. “Não sei.” “Como não sabe?” insistiu o aluno. O sábio respondeu uma verdade: “porque eu não entendo o budismo”.
            Equívoco ou falta de educação de Joshu? De modo algum. A coisa funciona assim mesmo. Quanto mais entendemos determinado assunto, mais temos noção da nossa ignorância sobre ele, sua essência. O centro vai-se afastando, à medida que o conhecimento aumenta. Fica claramente estabelecida a ignorância sobre o assunto, e não é um paradoxo, mas apenas uma consequência.
            E por qual razão estou escrevendo sobre isto? Fácil. Todos nós temos o péssimo hábito de julgar-mo-nos ‘sabidos’ frente a um assunto qualquer. É um erro! Um físico pode conhecer todos os componentes de um átomo. Falo por hipótese, já que todos, vai cair no erro descrito pelo mestre Zen. Mas continuando: este mesmo físico pode dizer e explicar com segurança a origem do Universo. Big bang? Confusa teoria que quase tudo explica em cosmogonia?
            Não gosto de assuntos exóticos ou fechados, pelo meu respeito à matemática. O que não me impede escrever sobre o que estou abordando, no momento. Serve para abrir os meus olhos e caso consiga fazer o mesmo com uma só pessoa, não perdi meu tempo.   
Jorge Cortás Sader Filho
Enviado por Jorge Cortás Sader Filho em 26/05/2011
Código do texto: T2994745
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.