Do céu
Já nos acostumamos a imagens de nosso planeta visto do espaço. Diante desta visão, dependendo da sensibilidade e interesse espontâneo, e até de um pouco de cultura de cada um, pode-se ter algumas sensações. O medo, ao imaginar-se sem referências, a ausência de gravidade, o “paredão curvo” bem ao lado com o negro espaço envolvendo pode ser a primeira delas. Porém se, no campo da imaginação, observar-se por longo período de tempo, imaginar-se-ia que aquele mundo tão azul e impessoal na verdade abriga a seres inteligentes e que vivem em sociedade com infinitos códigos de comportamento a pautar às suas existências. Códigos que foram criados por seus líderes ao longo do tempo, investidos de poder e que, em sua maioria os usa para a manutenção de sua própria liderança, ficando outros valores, suposta origem de sua criação, como justiça social, econômica e cultural de seus indivíduos, relegado às circunstâncias em que se formaram e se desenvolveram seus históricos. No flagrante deste quadro, o foco em cada região se depararia com os mais surpreendentes costumes decorrentes desses fatores e com perfis tão distintos que instigaria o observador a perguntar-se como tantas idéias antagônicas poderiam conviver, sabendo-se da disposição desses seres de fazer valer seus costumes e interesses de grupo uns sobre os outros. Os pensadores, lideres filosóficos de certas regiões, por mais que possam se reconhecidos por suas idéias, jamais conseguiram que elas fossem praticadas como forma de fazer evoluir os grupos. É que, mais uma vez, os líderes não permitiram nenhum movimento que seja contrário aos seus interesses. Unem-se em defesa da perpetuação das situações quando não as fazem evoluir a patamares inimagináveis, de modo que a aparente calma observada do espaço seria tão sutil e enganosa como as idéias ingênuas, mas perigosas podem ser. O caos do universo desde o centro das galáxias com suas estrelas até o trilhar de seus menores astros pelo vácuo, sempre em órbita de algum outro, parece poder refletir a verdade de que a inteligência se encontra nos lugares mais discretos nos recônditos do universo e que pode ser neles que está o sentido de sua existência.