O doutor e a bailarina

Carlos Eduardo é medico recém formado, é de família muito rica, moralista, preconceituosa, é filho único.
Seu pai também é medico, vive em uma mansão com muito luxo e conforto.
Seus colegas resolveram se encontrar para comemorar a despedida da faculdade.
Carlos não queria mais acabou cedendo diante de insistência dos colegas.
Decidiram ir a uma boate, onde seriam atendidos pelas bailarinas mais bonitas, que elas estariam ali para servi-los como quiserem, já que no andar de cima tinham muitos quartos á disposição, e não pagariam mais por isso.
Edu como era chamado foi atendido por Mônica, ficou completamente encantado, ela era uma bela moça, tinha os cabelos negros, lisos até a cintura, olhos verdes e tinha um sorriso de criança, tão ingênua, seu olhar era meigo e carinhoso.
Edu a tirou para dançar e ficou com ela a noite toda, e voltou lá outras noites só para observa - lá.
Foi então que percebeu, estava apaixonado, enfeitiçado.
Mônica também não escondia que pela primeira vez estava amando.
Edu não tinha cabeça para trabalhar, Mônica não saia dos seus pensamentos.
Então ele tratou de falar com seus pais, que pretendia se casar, mais quando explicou que ela trabalhava em uma boate como bailarina, eles foram contra, dizendo que tudo não passava de uma aventura, logo ele a esqueceria.
Edu não deu o braço a torcer, estava determinado, decidido mesmo, a romper com todos se preciso, casaria com Mônica com o sem o consentimento da família.
Saiu de casa alugou um pequeno apartamento, tirou Mônica do emprego, secaram no civil, foi tudo muito simples.
Lamentou a falta dos pais, que continuaram irredutíveis, inconformados com sua decisão.
Edu orgulhoso tentava viver sem ajuda dos pais.
O tempo passou Mônica estava grávida, nem a vinda de um neto amoleceu o coração de seus pais.
Mais o destino muitas vezes é inexplicavelmente cruel.
Edu foi chamado às pressas para atender uma moça que estava em trabalho de parto em um sitio na cidade vizinha. Só deu tempo de chegar, fez o parto dando à luz a um casal de gêmeos, ocorreu tudo bem, já era de madrugada, ele se apressou em voltar, porque Mônica estava sozinha, chovia muito a estrada estava ruim.
Foi então que uma novilha atravessou na frente do carro, provocando um acidente fatal, tudo aconteceu em fração de segundos.
Só uma dor tão profunda conseguiu que os pais de Edu se aproximassem, só então conheceram Mônica que estava desconsolada muito triste e agora completamente só, no sexto mês de gestação.
A vida é assim, a dor e o sofrimento aproximam as pessoas, deixando para trás magoas, preconceitos, discriminações, de repente tudo fica sem sentido, quando perdemos um ente querido.
Apesar de rotular, Mônica aceitou o pedido de desculpas e o convite para morar com os pais de Edu.
Eles a receberam de braços abertos.
Foi assim cercada de carinho e conforto que nasceu seu filho e foi registrado com o nome do pai.
O tempo passou, Mônica se casou novamente, e a pedido deles continua morando lá.
Os pais de Edu não queriam viver longe do neto.
Talvez para compensá-la por todo pouco caso que fizeram, a tratam como filha.
Precisou acontecer uma tragédia para que eles revissem seus conceitos e mudassem literalmente suas atitudes.
Reconhecendo que a vida é tão curta, temos que fazer o possível para torná-la melhor.
Porque não sabemos o dia de amanhã.