PRIMEIRO ENCONTRO
Ele estava lá. Lá embaixo no palco. Tão grande, tão imponente, parecia preencher todo o espaço, feito um boneco de Olinda, sem pedir licença, aparecendo, ocupando espaços e mentes. Tão grande, que me fazia sentir intrigada, curiosa. Porque se mostrava assim, tão impertigado, quem seria ele? Quem ele pensaria que é? O espetáculo foi se desenrolando e a presença dele continuava única, sobrepondo-se, infiltrando-se na minha mente. Final do espetáculo. Peça complicada. Uma estória dentro da outra. Que pena! Saí sem definir se era boa ou não. Não consegui absorver muito a não ser a presença dele, quase imposta. Saí com uma curiosidade e uma interrogação. Teria que ver outra vez. Mas... Valeria? Valeria sim entender melhor... ou seria pra ver ele? Eu gosto de ver teatro mas necessito entender cada uma das intenções propostas em cada detalhe. Não consegui ver detalhes nenhum, só a marcante presença dele, uma estória dentro da outra, um autor tentando falar realidades através de um personagem. Será que autores realmente fariam isso? Assisti um filme assim... É... poderia ser interessante ter essa possibilidade na vida. Seria um modo de vida diferente. Mas nos dois casos eles não se deram bem. Divagações... Não fui ver novamente... Fato quase esquecido, até que... Mais tarde, alguns meses depois, eu viria saber quem realmente ele era. Ou melhor, quem realmente ele é.