A Filosofia da Cornetagem.
(Matéria feita para pubicação no site www.maonataca.com.br)
Por que as pessoas CORNETAM? Aliás, primeiramente, é preciso definir no sentido literal (da zoeira) o que significa cornetagem, embora essa definição possa se tornar uma explicação redundante já que a galera é doutorada no assunto.
Recentemente, na última Copa do Mundo realizada na África do Sul, quem não se lembra das famosas VUVUZELAS. Aqueles artefatos de plástico, em forma cilíndrica, com saliência circular na sua extremidade eram capazes de produzir um som tão estridente que atingia os tímpanos dos torcedores menos preparados.
Já, a corneta, de onde derivou o nome da zoeira chamada cornetagem tem o seguinte significado: “Instrumento de sopro usado para sinais nas manobras militares e geralmente feita de metal e dotada de bocal, tubo cilíndrico liso recurvado sobre si mesmo e pavilhão de forma cônica. É a mesma que toca nas bandas militares. A corneta de orquestra contém pistões e é muito semelhante ao trompete”. É com tal instrumento, que os soldados são acordados no raiar do dia para iniciarem suas atividades na Caserna.
Evidente que diante de tais artefatos, o criador do termo cornetagem quis mostrar aos seus receptadores da mensagem, que queria expor algo irônico e de sentido hilário, visto que os momentos de importância na vida das pessoas são feitos de sucesso e de insucesso. Às vezes, as pessoas se vêem envolvidas num mesmo episódio e, em razão do clima informal que envolve esse evento, sentem-se motivadas a expressar suas ironias através de desafios e troca de verbetes, com frases chamativas no sentido de despertar o riso ou a ira, dependendo de quem as recebe.
Neste momento, estou motivado a definir tal conduta, porque ela tem sido a tônica da grande freqüência de adeptos em nosso site. É incrível o quanto as pessoas envolvidas com o XVI Campeonato Aberto do SINDIJUS tem se manifestado com esse tom de cornetagem nos comentários abertos aos internautas no site www.maonataca.com.br.
Não vai aqui nenhuma intenção de critica a essa forma de participação, ao contrário, vejo que tudo não passa de uma forma de relacionamento amistoso entre os diversos participantes, conquanto, cada um, dentro das suas particularidades, torna-se um torcedor incondicional do seu time e sente-se no direito de rebater àqueles que lhe ‘importunam’ (entre aspas), visto que as características e o elo da ligação dos torcedores (com cada equipe), é que define a quem se deve defender, ou a quem se deve zoar com os comentários.
Segundo um psicanalista que prefiro não divulgar o nome, essa forma de se relacionar tem a ver com o lado frenético das emoções, ou seja, as pessoas tendem aos desafios que provêm da lei que rege a própria natureza: ação e reação. Aquele que desafia espera uma contraposição. Não teria graça alguma que tudo ficasse apenas no desafio. O que importa é a reação daquele que está recebendo a mensagem. Entretanto, aquele que é desafiado, não o faz apenas pelo prazer de dar a resposta. Ele espera mais que isso. Visualiza o momento certo para dizer: - Olha aí, você não disse isso ou aquilo. Mas, agora, como vai ficar, já que nada aconteceu como você falou?
Estou entusiasmado com esse tema, porque vejo que nossos internautas estão exercitando uma premissa de relacionamento interpessoal, a qual contém ingredientes de benefícios, desde que as ponderações sejam nos limites de aceitação da parte adversa. O que os especialistas não apregoam em casos tais, é o exagero, as ofensas pessoais, atingindo a honra etc. Enquanto tudo ficar na camaradagem e no coleguismo, como tem acontecido até agora, é algo que devemos partilhar e apoiar.