Conviver com modismos
Não podemos mais ficar sem comunicação por celular ou internet.
Está difícil ficar internada num hospital.
Vi uma jovem hospitalizada deitada, em véspera de uma cirurgia, com quatro celulares ao lado do travesseiro. Ela ficava virada de lado, "olhando" para eles para ver se acendiam. Queria ficar incógnita, então estavam silenciosos. Tenho certeza que ela não conseguia relaxar, nem descansar para não perder nenhuma possível ligação.
Até que ponto essa escravidão interfere na vida e na ansiedade de uma pessoa? Penso que não existe esse ponto. A interferência é de cem por cento e uma pessoa nascida hoje não conseguiria viver na década de cinqüenta/sessenta, tempo em que as cartas de correio ou telegramas era a melhor forma de trocar idéias e marcar encontros. Está mais fácil viver? Tenho minhas dúvidas. Uma vez longe das facilidades de comunicação vivíamos o presente intensamente, sem a preocupação do "por onde anda o namorado", sem também obrigar o tal namorado a ficar com o sentido na ligação que ele sabe que a moça espera. Modismo bom, mas nem, tanto.