Internet x carta

Um dos meios que o ser humano costumava usar para iniciar uma amizade ou romance era, sem dúvida, a carta. Em seguida, o telefone e agora, a internet com as suas inúmeras formas de acesso para se contatar e conhecer pessoas. Ou seja, tudo tem o seu tempo certo, adequado. Atualmente, antes de um encontro pessoal para conhecer melhor a pessoa que sintonizamos on line, fica sempre aquela dúvida sobre como vai ser a primeira impressão que a outra pessoa nos causará e vice-versa. Dúvida esta que também existia, (e como existia!) naqueles longínquos tempos em que se começava um relacionamento através de correspondência. Após a primeira carta, ficava-se aguardando ansiosamente a chegada do carteiro com uma possível resposta. Quem sabe, dentro do envolope, uma fotografia. Era assim que tudo começava. Mas no tempo hodierno, o que mudou foi a rapidez dos meios de comunicação. A famigerada expectativa se vai dar certo ou não um relacionamento que começou assim, só Deus mesmo saberá.

Infelizmente, a imprensa divulga mais com ênfase e sensasionalismo os casos que não deram certo e que resultaram num fim trágico para algum dos envolvidos ou para ambos. Só que, amiúde, aqueles que prosperaram e consequentemente tiveram êxito, de vez em quando também vêm à tona. O problema é que em todo o começo de um relacionamento sempre existe aquela empolgação, aquela explosão de sentimentos, deixando um dos dois com a cabeça nas nuvens. Quando, na realidade, o mais convincente seria ficar com um pé dentro e outro fora, até que o conhecimento mútuo ficasse mais abalizado, mais firme. Mesmo usando de uma precaução assim, ninguém estará isento de, num futuro, sofrer alguma decepção, frustração, o que faz parte da vida. Pois, ninguém é feliz totalmente por muito tempo. Alguns têm mais momentos repletos de alegria, felicidade, satisfação, enquanto outros, usufruem de parcos no mesmo sentido.

Apesar desses contratempos, sempre vale a pena procurarmos conhecer outras pessoas, seja qual for o meio utilizado: carta, telefone, rede social de várias modalidades. O isolamento, com receio de se decepecionar só gera mais frustrações. Afinal, "ninguém tem o direito de ser feliz sozinho!" É praticamente indadmissível. Como bem escreveu o egrégio Fernando Pessoa: "Tudo vale a pena quando a alma não é pequena!". É por aí.

João Bosco de Andrade Araújo

JOBOSCAN
Enviado por JOBOSCAN em 24/05/2011
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